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A prefeitura informou que “a reforma da Casa do Estudante em Feira
de Santana é mais um compromisso assumido e entregue ao nosso povo”. Porém,
nas postagens, só é possível visualizar as pinturas da fachada. Pintura
interna, reposição de móveis, ampliação de vagas e investimento de tecnológicos
como internet e sala multimídia não foram apresentados.
“Meu filho msm vai fazer faculdade e vai precisar de lugar pra fica”, escreveu Ely Azevedo na postagem do Instagram oficial da Prefeitura, que conta com quase cinco mil seguidores. Na página oficial do prefeito Franklin Leite também deu destaque a “reforma” da Casa de Estudante, mas não apresentou as melhorias internas, nem pouco falou do projeto político pedagógico da Residência Estudantil para os próximos anos.
História
da Casa de Estudante
O CELS era uma entidade privada, mas com caráter pública. Foto: Arquivo do blog |
A Casa de Estudante de Serra Preta em Feira de Santana nasceu da luta dos estudantes de baixa renda que sentiam na pele a dificuldade de prosseguir os estudos em outros centros urbanos. Os estudantes cobravam, no final dos anos 90, um Centro Estudantil em Salvador, como muitos municípios baianos têm.
Os
gestores da época ignoraram as reivindicações dos estudantes. Muitos não avançaram
nos estudos por falta de política de assistência estudantil em Serra Preta. Nos
anos 2000, uma nova esperança ganhou objetividade quando o professor Mário Ângelo
Barreto (ler entrevista da época) apresentou um projeto de assistência estudantil a pedido do conterrâneo
Lucas Silva, que mora nos Estados Unidos. Lucas decidiu financiar o projeto por dois anos, nascia o Centro Estudantil Lucas Silva – CELS, nome eleito moradores pioneiros.
O CELS tinha estatuto, auto-gestão e um projeto político pedagógico totalmente transparente. Foto: Arquivo do blog |
O CELS era uma entidade privada, mas com caráter público. Tinha estatuto, auto-gestão e um projeto político pedagógico totalmente transparente. Havia divulgação pública para inscrição e seleção com base na renda e no conhecimento secundarista. O acompanhamento nos estudos era rigoroso bem como a disciplina na convivência. “A ideia era focar nos estudos de jovens. Deu certo! Muitos se formaram em cursos acadêmicos em Universidades Públicas”, garante o professor Mário Ângelo Barreto, que era o diretor administrativo do CELS. Os moradores nada pagavam e ainda tinham direito à alimentação diária.
Com o passar dos dois anos, os estudantes negociaram com o prefeito da época, Antônio Carneiro, que vendeu a antiga sub-delegacia do Bravo e comprou a casa pública em Feira de Santana. O CELS doou os móveis a prefeitura e repassou também os documentos de funcionamento da Casa Estudantil, que ficou subordinada a Secretaria de Educação do Município. “A casa foi comprada, mas não deram a continuidade do projeto político pedagógico. O projeto foi esvaziado e entrou em crise”, lembra Barreto. Para o professor, é importante a reforma da Casa de Estudante, mas para que os recursos sejam bem empregados, faz-se necessário apresentar o modelo de funcionamento da entidade.
SERRA PRETA: Casa de Estudante em ruína
A educação que transforma a vida das pessoas e da sociedade é revolucionária.
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