3 de junho de 2017

Padre de Serra Preta é vítima de injúria racial

Hoje é um dia de alegria! Se ao mesmo tempo venho me despedir, venho também comemorar essa bela passagem do padre Gilmar pelo Feira IX. São seis anos de uma missão bem cumprida onde ele pode disseminar a paz, o amor, a fraternidade e acima de tudo uma boa relação com a comunidade e, especialmente, com a juventude. E isso não tem preço, principalmente nesse instante onde os nossos jovens estão tão vulneráveis a situações que com certeza colocam em risco não só a vida deles, mas o futuro da comunidade”. Assim o deputado estadual Zé Neto definiu a noite de despedida do padre Gilmar de Assis da Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, do Feira IX, em Feira de Santana. 
(reproduzido do site do Deputado)
Os internautas de Serra Preta ficaram perplexos com um áudio que circula no whatsapp, onde um anônimo faz ameaças, questiona o trabalho e atacar a cor negra do Padre Gilmar de Assis da paróquia de Serra Preta, 150 km de Salvador. O áudio foi repudiado pelos internautas que começaram uma campanha #SomosTodosPadreGilmar. Além da campanha, os internautas cobram punição do responsável.

Padre Gilmar substituiu o padre Flávio há pouco tempo em Serra Preta. Uma multidão o recebeu na Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, principal Igreja Católica do município. A missa de posse contou com a presença do Bispo metropolitano da diocese de Feira de Santana, Dom Zanoni.
Internautas se revoltam contra a injúria racial sofrida pelo padre
Padre Gilmar atuava na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, bairro Feira IX, na cidade de Feira de Santana e chegou a Serra Preta cheio de planos e projetos para a comunidade. Surpreendeu muitos ao celebrar uma missão no cume do monte, onde se realiza a famosa Capina do Monte.

 Muitos fiéis dizem que o Padre Gilmar é alegre e amigo de todos. Porém, não é difícil ouvir o termo “padre negro” para classificar o Padre Gilmar Assis. O interessante é que Serra Preta é um município de maioria negra. A sede do município surgiu do massacre dos índios Paiaiás, da colonização portuguesa e da exploração do trabalho escravo dos negros. Serra Preta também possui diversas comunidades quilombolas não reconhecidas.

Porém, a força de sua história negra não é suficiente para superar o racismo cotidiano, difuso, bem verdade, em todo o Brasil. Claro que essa triste realidade de nossa história não justifica o áudio criminoso espalhado nas redes sociais. A resposta imediata dos internautas foi importante, mas não basta! É preciso que as igrejas, as escolas, as famílias discutam a questão racial abertamente como método de superação. Por outro lado, identificar e punir o criminoso são importantes para que ato insano seja reprimido como merece.

Crime

A injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa. Em geral, o crime de injúria está associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou cor com a intenção de ofender a honra da vítima. Além da injúria racial, o anônimo ameaça o Padre de agredi-lo com arma branca.

Ouça o áudio


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3 comentários:

  1. o padre é negro, no áudio ele fala que o mesmo chamou o povo de burro isso também tem que ser averiguado, Santo so Jesus Cristo

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    1. Duvido que o Pe. tenha chamado o seu rebanho de burro, conheço bastante o Padre Gilmar. Algum mal entendido, fofoca ou intriga. Contudo é inadmissível, seja com quem for, receber tratamento indigno como o do áudio, ainda mais por conta da etnia. Ato espúrio e burrice mesmo é julgar os outros pela cor da pele.

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    2. Padre Gilmar, já alguns anos tem sido nosso convidado especial para pregar nas Novenas de Nossa Senhora da Conceição do Monte, ele é um homem digno, escolhido por Deus e exímio pregador. Fico extremamente triste que nosso amigo esteja passando por esse dissabor, vitima de racismo em uma cidade do Sertão, onde a maioria são negros como toda a Bahia, e se chama Serra Preta.

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