14 de agosto de 2022

A cidade de Serra Preta completou 300 anos

O Brasil ainda era colônia de Portugal quando Serra Preta se tornou um importante entreposto econômico 
A pequena cidade de Serra Preta de 1722 ainda é pouco conhecida pelos baianos.

A cidade de Serra Preta, 150 km de Salvador, está aniversariando nesta segunda-feira, dia 15 de agosto, inclusive é feriado municipal. A pequena cidade de Serra Preta, que pode reivindicar o título da menor cidade baiana e uma das menores cidade do Brasil, com menos de 1000 habitantes, é uma das mais antigas aglomerações urbanas do país.

Serra Preta foi elevada a vila em 15 de agosto de 1722. Hoje, está comemorando 300 anos de reconhecimento urbanístico. O Brasil ainda era colônia de Portugal quando Serra Preta se tornou um importante entreposto econômico para comerciantes e aventureiros que buscavam explorar territórios entre o litoral e o vasto sertão baiano.   

Quem conhece a cidade de Serra Preta sabe que sua localização foi estratégica para a economia passada, baseada no plantation colonial. A cidade foi palco de batalhas, ou melhor, massacre português sobre os povos originários Paiaiás, que controlavam uma nascente de riacho, hoje conhecida com Tanque Velho. A vitória portuguesa impôs seu modelo de produção colonial, adotando extração de madeira, fazendas agropastoris e mão de obra escravizadas.

Serra Preta foi tão cobiçada, que sua aglomeração urbana é mais antiga do que Feira de Santana - maior cidade do interior do nordeste, ultrapassando 600 mil habitantes. A cidade de Serra Preta está a 50 km da Princesa do Sertão, onde parte de sua população migrou em busca de oportunidades diversas.

Em 1954, Serra Preta se emancipou do município de Ipirá. Porém, mesmo na condição de sede municipal, presenciou a localidade de Bravo e de Ponto se desenvolverem mais intensamente. No final dos anos 90, o distrito de Bravo quase se tornou sede municipal, mas não conseguiu votos suficientes para a própria emancipação, a maioria dos moradores rejeitaram a proposta.

Para o historiador Mário Ângelo Barreto, o Tombamento Histórico é um dos caminhos para o resgate da economia da cidade 

A cidade de Serra Preta atualmente precisa ser revitalizada. Festejo centenário - A Capina do Monte - não atrai multidões. Para o historiador Mário Ângelo Barreto, o Tombamento Histórico é um dos caminhos para resgatar a economia da cidade e preservar o que restou de seu passado colonial. “Atualmente a cidade está perdendo até mesmo a memória histórica, já que o poder público pouco realiza neste sentido. Serra Preta não publica livro nem revista sobre sua identidade. Desconheço trabalho relevante nas escolas para o resgate e a preservação da memória local”, alerta Barreto.

Para as comemorações desta segunda-feira (15), a prefeitura divulgou um card com a programação das comemorações dos 300 anos, quando Serra Preta foi elevada a vila. Segundo a divulgação da prefeitura, a cidade contará com uma celebração católica, apresentações culturais e a entrega de uma 'nova escola municipal'.

Para muitos internautas, a programação não está à altura dos 300 anos da cidade. A própria prefeitura reconhece que se trata de uma “data importante”, porém, o presente será pequeno para quem esperava um momento diferenciado. “Eu acho que Serra Preta merecia mais que isso seu prefeito @frankinleite25, são 300 anos e não 30 dias”, argumentou o internauta de nome Maurício Reis.

De fato, quem classificaram as comemorações como limitadas parecem estar com a razão. O poder público municipal perde a oportunidade de colocar a cidade de Serra Preta no cenário baiano, atraindo o IPAC e IPHAN, com o objetivo de viabilizar do Tombamento Histórico, gerando emprego e renda. Mas se falando em festa, parece que nenhuma atração musical de peso se apresentará na cidade histórica que poucos baianos conhecem. Vamos aguardar 2023!


Leia Também
Serra Preta merece ser Tombada


Vídeo publicado nos 295 anos da cidade de Serra Preta







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe do blog deixando sua mensagem, nome e localidade de onde escreve. Agradecemos.