23 de novembro de 2011

Juvenal dá a volta por cima

Juvená recebe Mário Ângelo em conversa agradável

Nascido em Bravo, o serrapretense Juvenal Silva Souza é radicado em Salvador e  figura folclórica do Bairro de Itapuã. Conhecido como Juvená, ele foi e é protagonista de uma história de luta, resistência e prazer.

Juvená é formado em Psicologia na primeira turma do curso na Universidade Federal da Bahia em 1967. Viveu as dores da Ditadura Militar, sendo espancado no centro de Salvador durante manifestação estudantil. Na luta pela sobrevivência, foi morar na Itália. Retornando da Europa, Juvená concluiu o curso de Psicologia, mas escolheu sobreviver como barraqueiro de praia.

Juvená conseguiu emplacar uma das barracas mais famosas da Bahia, alvo de diversas reportagens da imprensa baiana. Em 2010, a Prefeitura de Salvador, através de uma determinação judicial, destruiu sua barraca para desespero de Juvená e de vários amigos, que tinham no espaço uma parte de sua história.

VOLTA POR CIMA. Segundo amigos, Juvená teve problemas de saúde com a derrubada de sua tradicional barraca. Mas quem pensou que isso seria o fim do velho guerreiro, enganou-se. Juvená, como uma fênix, deu a volta por cima e abriu o “Espaço Eco-Etílico Cultural” em Itapuã, ao lado do famoso hotel Deville, antigo Quatro Rodas.

Fui ao espaço e tive a hora de conversa com Juvená sobre diversos assuntos. Bastante lúcido, Juvená lembrou de aventuras do passado e de sua candidatura a Deputado Estadual em 1982, onde obteve mais de 5 mil votos pelo PMDB (cartaz da época exposto na parede do comércio). “Quando jovem, a gente enfrenta tudo”, avalia. Disse que há 05 anos esteve em Bravo e tem a seca cruel como lembrança trágica. Por ironia, passou a viver a beira mar.

Mas Juvená não esquece de sua origem. Disse que há poucos dias Ranulfo Macedo, ex-prefeito de Serra Preta, esteve em seu espaço. Falou sobre a política de Serra Preta e lembrou de “Zelitinho”, que segundo ele, quando prefeito investiu na cultura e ainda é responsável por boa parte da estrutura que o município tem, principalmente no Bravo. Resignado, afirmou a triste dependência que o sertanejo tem diante das necessidades básica e “termina vendendo seu voto, seu passado e sua dignidade.

Encerrando nosso papo, Juvená criticou o tratamento que o poder público de Salvador dispensa aos pequenos comerciantes. Alertou sobre a especulação imobiliária e a forma devassadora que se tem ocupado o solo da capital baiana. “Antes ninguém dava valor aqui em Itapuã. Aqui era zona rural. Hoje, está ficando impossível manter uma propriedade por aqui. O IPTU aqui era normal, passou a cobrar 3.000 reais e recentemente recebi uma cobrança de  9.000 reais. Querem nos tirar daqui”.

Foto: Andrea Laerte

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8 comentários:

  1. Que surpresa boa. Eu não sabia que Juvená era do Bravo. Adorei a matéria, Mário. Desejo ler novas surpresas por aqui, parabéns!!!

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  2. Eu já ví ele no Bravo, bebendo no abrigo. cheguei a achar que foçe gringo ou Cigano.
    Juvenal é de que Familia Mário?
    Muito interessante esta história

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  3. Olá Ricardo, vc tá sumido, rapaz. Juvená é parente de Luiz de Apolonio - pai de Foveiro.

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  4. Edilson ( LUNGA)02 abril, 2012

    VALEU MARIO ESSE JUVENAL AI TEM UMA COISA EM COMUM EM RELAÇÃO AO DE BURACO D´GUA E IRMÃO DE UM GRANDE AMIGO NOSSO LUIZ PAI DE FOVEIRO QUE DEUS ESTEJA COM ELE DEPOIS O JUVENAL DE LÁ É MEIO DESEQUILIBRADO VIVI COMENDO VIVRO PRA FALAR VERDADE ESSE JUVENAL AI É BEM MELHOR VALEU MARIO.

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  5. Zelito Leite23 novembro, 2016

    Juvenal Filho de Tomé de Souza, a quem homenageamos com nome de Rua em Bravo de Serra Preta, cunhado de Luiz de Apolônio e foi figura de destaque em nossa Barraca de Serra Preta na Feira do Interior na Capital nos anos 1990/91.

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  6. Morei 22 anos ali perto da rua Rua "Juvená" onde "Ele" tinha um Bar, sempre vigiado pelo JESUS CRISTO DOS BIRITEIROS.

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  7. Juvena grande figura curtimos muito a barraca dele nas festa de Largo
    Só uma observação ele não foi perseguido por ditadura pois não houve ditadura
    e simhouvee regime militar nos defender dos comunistas. Eu vivi a época do regime e não sofri perseguição �� e se ele sofreu consequência é porque ele não era patriota. O resto é mimimi de esquerdista. ��������‍♂️

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