15 de maio de 2011

Invasão da UFBA completa 10 anos e muitos carlistas ainda continuam no poder

Pelotão de Choque da PM invade a UFBA em 2001
Hoje, com Daniel. Em 2001, apenas noivos e querendo mudar a realidade baiana
16 de maio completa 10 anos que a tropa de choque da PM baiana invadiu o campus da UFBA para reprimir manifestação de estudantes e lideranças contrárias ao carlismo. No momento, ACM era Senador, que sofria processo de cassação por violar o painel do Senado e César Borges era seu representante baiano na condição de Governador do Estado da Bahia.

Eu era estudante de História e exercia cargo de representação estudantil na UFBA. O 16 de maio atraiu milhares de estudantes, inclusive estudantes do ensino médio de escolas particulares. Vale resaltar, que o 16 de maio contagiou militantes também por força de noticiário midiático, pois manifestação anterior foi duramente reprimida em avenida de Salvador e divulgada para todo o país. A Tv Bahia não cobriu esse evento contrário a ACM e a Rede Globo só divulgou imagens no Jornal Nacional graças as filmagens cedidas pelos sindicato dos bancário do Estado. Crise entre as empresas televisivas tornou-se pública.

Fui a manifestação com Janaína, hoje minha esposa, e com um grupo de moradores da Residência Estudantil da UFBA, onde eu também morava. O Vale do Canela, avenida de Salvador, parecia um campo de guerra. Vi pessoas machucadas, principalmente estudantes secundaristas. Lembro bem do outdoor, que por ironia e coincidência estampava a frase: "Bahia, Bahia, que lugar é esse?". Eu e Janaína nos perdemos dos amigos da Residência. Cada um tinha que se virar de qualquer jeito. Escondemos da polícia no auditório da faculdade de Medicina e alguns estudantes fascistas gritavam: "olha o que esses marginais fizeram?! Pararam as aulas. Merecem ser presos". 

Mas a contradição mesmo se vê no presente. Vice-Governador de César Borges, Otto Alencar, hoje é o Vice do atual governo Wagner. "Outra situação curiosa é o fato de o comandante-geral da Polícia Militar do governo Wagner ser o coronel Alfredo Castro. Em 16 de maio de 2001, ele, que era major, executou a ação do Batalhão de Choque, do qual era comandante, na Ufba e é flagrado, no documentário “Choque”, de Kau Rocha, agredindo um estudante" - lembra a reportagem de A Tarde de 15 de maio de 2011.

Certamente, palestras várias aconteceram durante a semana sobre o tema. Porém, resta algumas perguntas: Valeu a pena? Por que até hoje alguns inimigos da democracia e do povo continuam no poder? Será que o preço da chamada governabilidade justifica a tolerância dessa relação política fisiológica?

Assista ao Documentário Choque

Parte 01

3 comentários:

  1. Mário parabéns pela matéria. Esse é o PT, agora no poder esquece seu passado, a sua história, mostram que estavam incomodados por não estarem no poder. Quanta vergonha!!

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  2. VERDADE!SENTI MUITO EMOÇAO AO LER ESTA MATÉRIA!PENA QUE OS JOVENS DE HOJE NÃO TEM MAIS CORAGEM PARA ISSO!NA VERDADE OS IDEAIS PASSADOS TÃO BONITOS,OS SONHOS ,AS ESPERANÇAS A CADA DIA SE TORNAM MAIS DISTANTES!PARECE QUE NÃO SONHAMOS MAIS COM DIAS MELHORES!PARABÉNS PELO DIFERENCIAL.

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  3. Gostei das públicações do seu Blog, principalmente esse da tropa de choque da PM na UFBA REPRIMINDO O MOVIMENTO SOCIAL dos estudantes em garantir os seus direitos, tbm tenho um blog se poder depois da uma olhada http://revren-conceitos.blogspot.com
    vlw um forte abraço.

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