Tica de Elói, morador na zona rural, classificou a CIP como absurdo |
A mobilização contra a CIP (Contribuição da Iluminação Pública) em Serra Preta aconteceu sábado (29) no distrito de Bravo - maior centro urbano e comercial do município. A CIP foi uma iniciativa do prefeito Franklin Leite (DEM) e aprovada por todos os vereadores em 2021, mas não foi bem avaliada por boa parte da população, já que a Lei aumenta a conta de luz de muitos consumidores.
O desgaste político latente fez o prefeito
encaminhar algumas alterações, através da Lei 607/2022. Basicamente, a nova Lei
altera a tabela de cobrança de 30 kwh para acima de 50 kwh e acrescentou mais
uma tabela de cobrança para a zona rural, que na Lei Lei nº 590/2021 não existia.
Na prática, os lares
e os comércios do município receberam contribuições nada razoáveis na
conta de luz. Até o momento, a prefeitura não divulgou nota pública divulgando
a totalidade da arrecadação com a CIP, mas jogou a responsabilidade das
altas contribuições para a Coelba. O poder publico alega que
ocorreu erro de cálculo por parte da empresa. Em nota enviada para o Programa
Viva Feliz da Radio Subaé, a Coelba não confirmou o erro. Apenas informou a
competência da empresa em relação ao tributo. “Com relação a Contribuição de Iluminação
Pública (CIP), a distribuidora atua, apenas, como arrecadadora, direcionando
mensalmente os valores para as prefeituras”, parte da nota lida pelo âncora Valter Vieira.
Revolta
Populares não aceitam pagar a CIP (Contribuição da Iluminação Pública) Foto: Internet |
Muitos populares passaram a criticar fortemente a CIP nas redes sociais. Numa enquete do Instagram do professor Mário Ângelo Barreto, 91% dos internautas não concordaram com a CIP. Tal insatisfação deflagrou o debate aberto contra a CIP nas redes socais. Um "Comitê Popular Não a CIP” foi criada, através de um grupo de whatsApp com 193 participantes em apenas dois dias. Representantes do "Grupo Mudança de Verdade", como Antônio Pinheiro, Alex Matos, Sandro Sena e Mário Ângelo Barreto, iniciaram uma verdadeira peregrinação debatendo os efeitos danosos da CIP num momento de pandemia.
Entrevistas na imprensa baiana e nos diversos sites
deram um peso na divulgação contra a CIP. Porém, os participantes avaliaram que
a mobilização precisava ir as ruas. O primeiro ato foi convocado para o dia 29
de janeiro no distrito de Bravo. Cards espalhados pelas redes sociais
anunciavam a concentração para às 8h.
Quem passava pelo centro do Bravo a partir das 8h ficou surpreso com o silêncio dos organizadores. Parecia que a mobilização tinha sido cancelada. Mas não foi. Os organizadores não contavam com a ausência do carro de som oficial. "Eu liguei para o rapaz do carro de som, em pleno sábado, e ele colocou diversas dificuldades para participar, inclusive com medo do carro ser preso. Tudo foi acertado antecipadamente, estava tudo certo, mas o rapaz desistiu em cima da hora", comentou o professor Mário Ângelo Barreto.
Segundo Sandro Sena, é um erro o prefeito não ouvir a população sobre a CIP |
Sem carro de som oficial, não tem movimento. A
partir daí, a luta dos organizadores foi contratar um novo carro de som em
pleno horário da mobilização. Em Bravo e em Ipirá, não se conseguiram contratar
nada - até carro de som deu defeito, segundo o proprietário, no momento exato do ato público. A
mobilização, já no final da feira livre, foi acontecer a partir das 12:40, sem
a presença de dezenas de pessoas que passaram horas antes no local.
Quem ficou até o fim, dizia que o ato era agora uma
questão de honra. De fato, a mobilização aconteceu com a presença de um carro de
som da cidade de Anguera. "Nossa mobilização vai acontecer e
vamos falar para a população dos prejuízos que a CIP trará aos contribuintes",
sustentou o servidor público Alex Matos.
E foi uma disputa desproporcional mesmo. Dias antes
da mobilização popular na praça, o governo municipal investiu muito da disputa
digital. Vídeos foram feitos e passaram a circular nas redes sociais, tentando
convencer a população que pagar tributo é vantagem. No distrito do Bravo, um
carro de som particular divulgava propagada da prefeitura sobre a CIP o dia
todo, inclusive no dia do ato popular. Muitos moradores passaram a receber
mensagens em seus celulares sobre os possíveis benefícios no pagamento da CIP.
Card falso espalhado nas redes sociais para prejudicar a mobilização |
A moradora Silvia desafia os representantes do povo, mas só Leandro do Carneiro apareceu |
Diante de todos os obstáculos, os representantes
avaliaram como positivo o ato de desfecho da primeira de etapa de luta contra a
CIP. “A mobilização não foi apenas neste sábado, nem será o último. A mobilização
agora volta para as redes sociais, para a mídia até o prefeito conversar com a população
e revogar a CIP. Se não revogar, todos perdem. O povo vai pagar a contribuição
e o prefeito vai suportar a perda de popularidade, pois a CIP é um tributo que
se cobra todo mês” – concluiu o professor Mário Ângelo S. Barreto.
"Vamos falar para a população dos prejuízos que a CIP trará aos contribuintes", disse Alex Matos. |
Pedro Vieira, presidente do PCdoB, apoia o fim da CIP por considerar injusta para o povo. |
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