Sepultamento aconteceu no Campo Santo sem a presença de Bell ou de músicos do Chiclete
Mesmo silenciado para sempre, o som da guitarra do Cacik Jonne comandou o “Carnaval” em pleno cemitério. A trilha sonora remetia às folias dos anos 80 e 90, na manhã deste sábado. Incentivados pelo parceiro Val Macambira, a pequena multidão atravessou o Campo Santo, na Federação, ao som de sucessos como Fazer Amor. Amigos, familiares e fãs seguiam não o trio, mas o carrinho onde estava o corpo de João Fernandes da Silva Filho, 54 anos.
Alguns até jogando a mão para o alto, foram dar o último adeus ao Índio do Chiclete com Banana, como se participassem de sua apresentação final. Até o nome de Deus foi invocado em ritmo de axé/forró do Chiclete: “Foi Deus, foi Deus, foi Deus que mandou você pra mim!”. Os fãs chicleteiros levaram cartazes, pôsteres e contavam histórias dos Carnavais em que o Índio chamava a atenção com o cocar em cima do trio.
“Depois de Bell, ele era a figura mais representativa. Mesmo com toda a introspecção e simplicidade que tinha, ele conseguia ser destaque”, lembra Paulo Iglesias, fã e amigo da família. Val Macambira, que diz ter feito cerca de 25 composições junto com Jonne, disse que ele era um virtuoso da guitarra, mas acima de tudo um grande ser humano. “Parceiro, amigo, irmão, camarada”.
Para os chicleteiros mais antigos, Jonne morre como um mito, um talento precocemente retirado de cena, uma figura marcante que revolucionou a utilização da guitarra na Axé Music. “Igual a ele no axé ainda está por vir. A banda perdeu muito musicalmente com a saída dele”, disse o vigilante Mirales Pinto, 50 anos, que acompanha o Chiclete com Banana há 26 anos. “Uma figura emblemática do Carnaval, uma força incrível”, confirmou a jornalista Wanda Chase.
Informações: Correio da Bahia
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