São Paulo sozinho tem um PIB, segundo o IBGE, de R$ 1,349 trilhão. É quase duas vezes e meia a mais do que os nove estados nordestinos juntos; oito vezes e meia maior do que os R$ 159 bilhões da Bahia, o oitavo do País e primeiro do Nordeste; 13 vezes mais do que Pernambuco, 10º do Brasil e segundo do Nordeste; e 56 vezes mais do que o Piauí, o mais pobre entre os nordestinos.
Os números foram expostos ontem em Salvador no IV Encontro dos Presidentes das Assembleias do Nordeste, o ParlaNordeste, para deixar claro um fato: se a reforma da Previdência passar como o governo propôs, para os nordestinos será um desastre.
Fonte de renda — Nelson Leal (PP), presidente da Alba, anfitrião do encontro, sintetiza a questão:
– Veja o caso do BPC (benefício da prestação continuada, concedida a incapacitados por doenças e afins). O governo quer reduzir de um salário mínimo para R$ 400. Mais que um problema social, vai nos criar um gravíssimo problema econômico.
Themístocles Filho (MDB), presidente no Piauí, diz que o estado arrecada R$ 10 bilhões por ano e gasta com a Previdência R$ 1 bilhão.
– Queremos reforma da Previdência, mas não a reforma que vai prejudicar pobre. O governo despeja mais recursos na economia, via a Previdência dos pobres, do que de FPM para os municípios. A sangria não está aí.
Em suma, esse é o tom principal da Carta de Salvador.
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