21 de setembro de 2016

Argentina inclui Cinema no currículo escolar primário


Enquanto no Brasil discute-se a reforma do ensino médio, a Argentina começa a introduzir a disciplina de Cinema no currículo escolar primário. Lançada em agosto, a iniciativa é feita em parceria com a França, que já adota o modelo através do programa “Collège au Cinéma”. O objetivo é incentivar o consumo de filmes nos cinemas, principalmente produções nacionais. 

Com a iniciativa, a Argentina se torna o segundo país do mundo a considerar Cinema como disciplina de formação básica. Atualmente, sete das 24 províncias já adotaram o programa. Na “formação em ir ao cinema”, os estudantes aprendem noções básicas de como analisar filmes e, claro, assistem a produções argentinas nas telonas. 
Em fase inicial de implementação, o programa terá sua primeira avaliação durante o Ventana Sur 2016, entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro. Na ocasião, também serão estabelecidas as estratégias para 2017. A introdução efetiva da disciplina no currículo escolar será discutida juntamente aos governos de todas as províncias da Argentina. 

No entanto, já se pode notar a boa recepção e avaliação da nova disciplina no currículo. Alejandro Cacetta, presidente do Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales (INCAA), demonstrou interesse em transformar a iniciativa em um programa de longo prazo. “Esperamos intensificar ao longo do tempo para que se torne parte da política de Estado”, comentou.

O INCAA também lançou uma pesquisa destinada a crianças e jovens entre 13 e 18 anos chamada “?Que Necesita el Cine Argentino Para Que Chicos Como Vos Lo Vean” (“Do que precisa o cinema argentino para que os jovens o vejam?). As sugestões enviadas foram analisadas por um júri, formado por nomes como Juan José Campanella (“O Segredo dos Seus Olhos”) e Sebastian Borensztein (“Um Conto Chinês”). Foram escolhidas sete vencedoras que serão anunciadas em outubro. 
O cinema argentino sofre com problemas de distribuição e exibição de seus filmes dentro do próprio território. Assim como no Brasil, os filmes argentinos geralmente não ultrapassam dois dígitos na arrecadação em bilheterias. “O setor produtivo é maduro, o que garante uma quantidade de filmes de boa qualidade. O foco agora está na distribuição e exibição”, disse Cacetta. 

O INCAA anunciará em breve a regulamentação da produção e distribuição de filmes argentinos no país. Segundo Cacetta, pretende-se estabelecer um sistema de apoio para cada fase de desenvolvimento das produções.



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