4 de fevereiro de 2016

Mulher sul-coreana resgata 200 cães abandonados

Jung Myoung Sook segura seus filhotes em Asan, na Coreia do Sul
The Associated Press - O Globo
ASAN, Coreia do Sul — Os cachorros latem e abanam o rabo enquanto seguem uma mulher de cabelo grisalho em uma colina que abriga mais de 200 cães.

— Olá, meus bebês. Deêm um beijo na mamãe — diz Jung Myoung Sook, de 61 anos. Ela abaixa a cabeça e um dos cachorros lambe os seus lábios. Outro põe a pata no seu rosto amavelmente.

Na Coreia do Sul, onde os filhotes são considerados uma iguaria tradicional e apenas recentemente se popularizaram como animais de estimação, o amor de Jung por seus amigos caninos é considerado por muitos como uma coisa estranha. Mas há quem a veja como uma defensora dos direitos dos animais.

Ela resgata e cuida de cães há 26 anos e já se mudou sete vezes, por causa das reclamações dos vizinhos sobre o barulho. Frequentemente ela pára para pegar os cachorros que vagam pelas ruas, além de ter comprado outros que corriam perigo de serem vendidos a restaurantes e fazendas que produzem carne de cachorro.

Algumas pessoas questionam se alguém tão pobre quanto Jung — que ganha a vida limpando uma tenda e recolhendo caixas recicláveis — pode alimentar e cuidar de tantos animais. Os cães parecem saudáveis e bem alimentados, mas ninguém das redondezas confirma se eles estão bem mesmo.

As autoridades da cidade de Asan sabem que Jung hospeda todos estes cães desde 2014, mas não têm responsabilidade legal de inspecioná-lo, segundo um funcionário da prefeitura local.

Os animais de estimação estão se tornando mais populares na Coreia do Sul. Hoje, um em cada cinco lares tem um gato ou um cachorro. Mas os ativistas dizem que as atitudes da população com estes animais estão atrasadas em relação ao Ocidente.

Os simpatizantes de Jung a vêem como uma heroína, que salva os cães abandonados ou perdidos de serem sacrificados. Cerca de 81 mil animais de rua, a maioria gatos ou cachorros, foram enviados aos canis públicos em 2014.

— Meus bebês não estão com fome. Podem brincar e viver livremente aqui — disse Yung, cujas roupas estão gastas e seus cabelos despenteados. — Algumas pessoas perguntam “porque esta mulher com cara de indigente, de idade madura, sorri o tempo todo?”, mas eu só me concentro em alimentar meus cães. Estou feliz e saudável.

Jung diz que gasta cerca de US$ 1,6 mil por mês com alimentos e remédios. Ela depende de doações de leite de soja, carne de porco, alimento para cães e comida enlatada.





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