14 de dezembro de 2015

Após polêmica, Bell Marques terá que alterar música

Bel Marques se envolve em uma polêmica após divulgar música
Bel Marques se envolve em uma polêmica após divulgar música "Cabelo de Chapinha"
O cantor Bell Marques compareceu nesta segunda-feira, 14, na sede do Ministério Público para firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). No documento, ele se compromete em alterar a letra da música "Cabelo de Chapinha", lançada na última semana.
De acordo com o TAC assinado, o vocalista será obrigado ainda a fazer uma campanha contra o racismo e machismo durante o Carnaval de Salvador em 2016.
Após anunciar pelo Facebook que sua aposta para o Carnaval é a música "Cabelo de Chapinha", o cantor Bell Marques virou um dos nomes mais comentados da internet. A letra da música foi considerada machista e racista por muitos fãs e movimentos sociais.
"A música atinge duplamente a mulher, em especial a mulher negra. Fala de um homem que espera adequação da imagem da sua parceira ao gosto dele. E tem abordagem racista, quando ratifica as opressões que os corpos negros vêm sofrendo. É a imposição de um padrão estético que não nos contempla", explicou a antropóloga Naira Gomes, idealizadora do movimento Empoderamento Crespo, ao Jornal MASSA!
Um dos compositores da música, Filipe Escandurras também falou sobre a canção: "A música é alegre, como a maioria das minhas canções. Quis mostrar que existem outras formas de dizer 'eu te amo'. Afinal, a mulher é minha, tenho o direito de escolher e pedir pra ela colocar o corte ou o vestido que eu mais gosto".
O artista também usou sua rede social para se solidarizar com o autor da letra. "Muito boa essa forma gentil que o compositor encontrou para enaltecer sua amada e que deveríamos aplaudir, pois essa é a mensagem da música: gentileza e amor", disse Bell.
Defensoria Pública
Diferentemente de Bell e Escandurras, a ouvidora-geral da Defensoria Pública, a socióloga Vilma Reis acredita que a música pode contribuir para a violência doméstica. "Muitas mulheres vivem situações extremas de violência, porque as coisas foram tratadas como brincadeiras. Uma sociedade que opina na estética vai querer exercer controle social sobre o corpo dessa mulher", diz.
A advogada Dandara Pinho, que também presidente da Comissão Especial de Igualdade Racial da OAB-BA, já tinha adiantado que a música podia virar caso da Justiça. "'Cabelo de Chapinha' é uma agressão, pois reforça o poder dos homens, incentiva o machismo e quebra a autonomia feminina, quando a mulher precisa fazer algo para agradar a seu parceiro".
Em respeito aos negros, nosso blog preferiu não reproduzir a música


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