1 de setembro de 2015

Aluno que matou vigilante diz que crime foi encomendado por traficante

(Foto: Reprodução/ Google Street View)
Suspeito de matar o vigilante do Colégio Estadual Cidade de Camaçari (CECC) na noite de segunda-feira (31), o estudante Everton Santiago da Fonseca, 19 anos, confessou que o crime foi encomendado por um traficante conhecido como Júnior, que também seria estudante da unidade. 

Em depoimento prestado à delegada Maria Tereza Santos, titular da Delegacia de Homicídios de Camaçari, Everton afirmou que o crime foi encomendado depois de Roque Félix Santa Rosa, 57, denunciar o tráfico de drogas realizado no interior do colégio. Ainda de acordo com o suspeito, ele matou o vigilante devido ao fato de ter uma dívida com Júnior. 
Ao CORREIO, o suspeito contou outra versão. Everton disse que foi tirar satisfações com Roque depois de ouvir comentários que o vigilante o teria chamado de traficante. Na noite de ontem, Everton esperou o vigilante para conversar sobre o boato, os dois teriam começado a brigar e ele acabou matando Roque.
Everton, que se demonstrou frio e tranquilo, afirmou não ter nenhum envolvimento com tráfico de drogas. Segundo a delegada, ele não tem antecedentes criminais.  Segundo a polícia, no celular de Everton há registro de várias ligações feitas para o suposto traficante, que ainda não foi identificado e localizado.
O crime aconteceu dentro da sala dos professores, por volta das 22h. De acordo com o diretor, Ramiro Amorim, nenhum aluno ou professor estava no colégio no momento em que Roque foi abordado. Everton teria se escondido na sala, esperado o vigilante aparecer para conferir o local como de costume e, então, o atacado com uma faca. O caso foi descoberto pelo outro vigilante, que ficou na portaria. Ao perceber a demora de Roque em voltar da ronda, foi procurá-lo e o encontrou já morto no chão da sala. A vítima foi atingida no abdômen e no tórax.
Segundo o diretor, Everton nunca teve problemas na escola e não parecia uma pessoa agressiva - às vezes, se mostrava até estranho. Ele era um dos 300 alunos do turno noturno; no total, a escola conta com 1900 estudantes. O vigilante Roque, por sua vez, era uma pessoa muito querida e, segundo o diretor, estava para se aposentar. "Nunca presenciei conversas sobre o tráfico dentro da escola, e claro que se soubesse de algo chamaria as autoridades competentes para resolver", afirmou o diretor.
O colégio suspendeu as atividades hoje. O Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, que fica ao lado do CECC, também não teve aulas. Amanhã as atividades retornarão normalmente nos dois colégios. Em nota, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia informou que Roque estava contratado pela MAP, uma empresa terceirizada, e trabalhava como vigilante na unidade escolar. 

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