28 de agosto de 2015

Mujica emociona brasileiros na UERJ. "O problema mais grave da América Latina é a desigualdade"

 Mujica280815

Mujica veio ao Brasil a convite da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria da América do Sul (Federasur) para um seminário fechado que aconteceu pela manhã. O evento terminou às 20h30 e Mujica se despediu tirando uma foto à frente dos quase 5 mil participantes que estiveram no local.
A iniciativa de realizar o encontro com os estudantes partiu do próprio político, que foi ovacionado pelo público ao ser anunciado no microfone, por volta das 18h30. Ele demonstrou muita simpatia e discursou logo após sua apresentação. O ex-presidente tornou o Uruguai um dos países de legislação mais avançadas em relação às drogas.

O ex-presidente respondeu perguntas sobre diversos temas, como o que pensa sobre “movimentos golpistas” na América do Sul, os maiores desafios da América Latina atualmente, opinou sobre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e chegou até a ser questionado sobre quem são seus exemplos históricos e livros que mudaram sua percepção de vida. “Queridos, a vida é um livro aberto”, brincou.

“Necessitamos de confiança. Temos que aprender que a mensagem é uma: nós podemos andar em um fusca. Somos consequência do interesse do nosso povo (…) O problema mais grave da América Latina é a desigualdade. Temos que ter recurso e isso se chama política fiscal. Na América do Sul o rico não paga quase nada (…) O mundo está se agrupando em gigantescas unidades. A União Europeia está criando uma fabulosa unidade de capital. Qual é nosso destino, ser compradores de conhecimento de ponta? Que a batalha para liberdade seja também no campo da investigação”, declarou.

Mujica também foi questionado sobre a redução da maioridade penal. Ele afirmou que “não considera um caminho ideal”. Perguntado se o Brasil teria capacidade para legalizar as drogas, ele se ateve a falar sobre sua experiência com o tema enquanto foi presidente do Uruguai.

“Nós temos que pensar como espécie e não como países. E isso engloba o mundo inteiro. Os pobres da África não são da África, são do mundo inteiro. Os homens que atravessam o Mediterrâneo são nossos. Todos são nossos conterrâneos. A liberdade não se vende, se ganha fazendo algo pelos demais”, disse o ex-presidente.

 

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