3 de julho de 2015

Com adesão menor, desfile do 2 de Julho ainda tem protestos

Tradicionalmente, cortejo é espaço de manifestações - Foto: Joá Souza | Ag. A TARDE
Tradicionalmente, cortejo é espaço de manifestações
Marjorie Moura
O desfile do 2 de Julho foi mantido como espaço democrático de manifestações sobre as mais variadas causas, embora a participação do público com cartazes venha se reduzindo a cada ano. Moradores do Centro Histórico, professores e estudantes de universidades estaduais e federais, servidores municipais e estaduais e evangélicos, entre outros grupos mostraram que o espaço público deve ser ocupado por suas reivindicações.
Candidatos aprovados no concurso da Polícia Civil de 2013 mostravam sua insatisfação com o fato de já estarem matriculados na Acadepol, embora não existam vagas para novos estudantes. "A homologação do concurso só foi feita este ano e, portanto, tem validade até 2017. Mas diante do quadro de insegurança verificado no estado, não é possível entender que os novos policiais não sejam treinados com urgência", disse uma das aprovadas que pediu para não ser identificada.
Em grupo menor, mas acompanhado de amigos, o servidor municipal Camilo de  Souza, 37 anos, vestia uma camisa sobre o trabalho de recuperação da Ladeira do Cacau, em São Caetano, duramente atingida pelas chuvas do últimos três meses em Salvador. Segundo ele, a prefeitura anunciou que no próximo dia 10, vai inaugurar  uma obra que, mas, segundo ele, o serviço ainda está em andamento. "Falta o trabalho na encosta, parte da drenagem e outras obras importantes para evitar novos problemas", denunciou.
O Centro Sangra
Reunidos em torno do lema "O Centro Sangra", cinco entidades lutaram contra atos de expulsão, violência e racismo contra populações que moram em áreas consideradas como de patrimônio no Centro Histórico de Salvador, praticado por representes de órgãos municipal, estadual e federal. Eles citam como exemplo a demolição de 31 imoveis pela prefeitura de Salvador e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no centro antigo.
Viviane Hereda, do Movimento "Nosso Bairro é 2 de Julho" explica que os ataque começaram no seu bairro, quando o ex-prefeito João Henrique CArneiro, tentou mudar o nome da área para Santa Tereza, gerando forte reação por parte dos moradores. Mais recentemente, ela citou o caso dos integrantes do grupo Artifíces da Ladeira da Conceição, que em 2014 receberam notificação da Sucom para desocupar os imóveis em 72 horas.
Wagner Moreira, da Ideas, que presta assessoria jurídica a associações populares, falou sobre a compra de uma centena de imóveis da Rua Chile, por um empresário mineiro. 
Maura Cunha, do Movimento dos Sem-Teto da Bahia, disse que o Iphan vem se recusando a negociar há um ano com os moradores das oito ocupações do centro da cidade.  "Estamos tentando negociar desde 2008, mas os avanços foram poucos", disse Maura. Entre as propostas do grupo está a ampliação do Programa Minha Casa Minha Vida para as modalidades de reforma e compra de imóveis usados e em áreas urbanas centrais.

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