14 de setembro de 2014

Ipac nega tombamento da casa de Marighella

Segundo o Ipac, a residência, na Rua Barão do Desterro, na Baixa dos Sapateiros, não atende aos critérios para o tombamento
 
Imóvel em ruínas na Rua Barão de Desterro foi onde começou a formação de militante de Carlos Marighella, que depois se tornou o inimigo número um da Ditadura Militar brasileira (Foto: Arquivo CORREIO)
Foi negado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) o processo de tombamento da casa que foi do guerrilheiro Carlos Marighella, baiano que ganhou projeção internacional por causa do combate aos regimes ditatoriais brasileiros. Na decisão, do dia 1º deste mês, o Ipac justifica a medida afirmando que a residência, na Rua Barão do Desterro, na Baixa dos Sapateiros, não atende aos critérios para o tombamento. 
“Este instrumento de proteção não seria o mais adequado aos referidos imóveis, haja vista o número de intervenções que as edificações sofreram ao longo dos anos, perdendo sua autenticidade e seus elementos compositivos”, diz trecho do documento. 

O pedido do tombamento foi feito pelo arquiteto Marcelo Ferraz. “Foi uma visão mesquinha do patrimônio. Uma coisa é você ter uma ruína e outra coisa é ter um centro de estudos, por exemplo”, comentou Ferraz.
O arquiteto não pretende buscar um novo recurso, mas a família deve procurar o governador Jaques Wagner, para pedir revisão da decisão. “Marighella não pode ser um herói ‘alternativo’. Tem que ser um herói lembrado. Ele era deslumbrado com a Bahia, ele foi uma pessoa que se projetou como baiano”, afirmou Carlos Marighella Filho. Procurado, o Ipac informou que a direção do órgão não estava disponível para entrevista. 

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