"Diversos municípios baianos não contam com uma política de saúde séria"
Hospitar Público na Bahia não consegue atender demanda |
A receita do neoliberalismo é privatizar setores produtivos
como energia, água, rodovias, empresas estatais (...) e investir em Educação e
Saúde para que o operário tenha a condição técnica de controlar máquinas de
produção e não adoeça com facilidade. Assalariados desqualificados e doentes
são prejuízos para o sistema capitalista, pois o sistema do lucro ainda não é capaz
de substituir todos os trabalhadores por máquinas.
Mas o que se ver é que a Bahia ainda não consegue fazer seu
dever de casa. Até que estradas vêm sendo privatizadas, mas a Educação Pública
continua em greve e a Saúde Pública praticamente não existe. Na Bahia, nem
todos os trabalhadores aprendem apertar parafusos e quem precisa do sistema de
saúde pode se considerar morto! Quem possui plano de saúde privado e é
surpreendido com uma enfermidade de alto custo hospitalar necessita primeiro
lutar na Justiça – o resultado nem sempre é promissor. Já os desassistidos, a
sorte dificilmente joga a seu favor.
Parece a história “se correr o bicho pega se ficar o bicho
come”. Para quem mora no interior do Estado a realidade é ainda pior.
Prefeituras não têm dinheiro suficiente, nem projeto e nem mesmo atitude para
resolver o problema da doença crônica da saúde pública. Sem contar, no interesse
de diversos politiqueiros na questão do desserviço do Estado. Não é difícil
encontrar “políticos” que trocam votos por atendimento médico, remédio da
farmácia básica, exames e transporte de doentes.
Em Serra Preta, diversos políticos já ganharam eleição transportando
doentes para Feira de Santana ou Salvador e deixando-o, a mercê do sistema, na
fila de hospitais. Quem precisa de internamento se transforma em depósito
humano nos hospitais públicos. Quem nunca pendeu um parente no HGE ou HCA
(Hospital Clériston Andrade) em Feira de Santana? O sistema de saúde todos os
dias elimina vários pobres por falta de atendimento ou negligência médica.
Realidade: corredor do Hospital Clériston Andrade em Feira de Santana |
HCA: Pacientes se misturam num mesmo espaço |
Tráfico de Doentes
Sem a saúde municipal, prefeituras transportam doentes e superlotam hospitais |
Até micronibus são usados para transportar doentes |
Transporte de doentes garante votos e sucesso eleitoral no interior da Bahia |
Essa semana nosso blog recebeu, com exclusividade, algumas
fotos que comprovam o que estamos relatando. O fotógrafo pediu para não ter o
nome revelado, mas não podemos deixar de agradecê-lo pelo serviço prestado a
comunidade baiana. Não é só Serra Preta, mas diversos municípios baianos não conta com
uma política de saúde séria. Tudo que os gestores fazem é transportar doente de
suas respectivas cidades para hospitais em outros centros urbanos. Em Serra
Preta, tal prática ganhou o termo de “tráfico de doentes” por ser uma prática
corriqueira entre os “políticos” que desejam se eleger a custo do sofrimento
alheio.
Há dias, um ex-vereador de Serra Preta foi detido na cidade
de Feira de Santana em plena atividade similar. Nosso blog também já fez
denúncia sobre a máfia da saúde na Prefeitura de Serra Preta, onde vereadores
ligados ao prefeito atual possuem privilégio em consultas em postos de saúde.
Não é raro encontrar políticos distribuindo remédios de exclusividade da
Farmácia Básica do Município.
Tudo acontece com a omissão dos setores competentes em
fiscalizar e punir. Carente, a população aceita ou mesmo legitima as práticas
ilegais e imorais com o silêncio. É
assim que o governo trabalha para quem mais precisa? Cadê a CGE (Controladoria
Geral do Estado) que Jaques Wagner anunciou, ainda em seu primeiro mandato, que
necessitava implantar para a boa aplicação dos recursos públicos pelos
municípios baianos? Defendemos a intervenção Federal na Bahia para resolver a
questão, pois nem todos têm dinheiro e poder para conseguir uma vaga no Sírio-Libanês
em São Paulo, já conhecido como Hospital dos Presidentes, para curar
enfermidades. Os hospitais públicos da Bahia são verdadeiros purgatórios entre
a vida e a morte! Já imagino chegar a minha hora. Prefiro defender a eutanásia,
devo sofrer menos.
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A Máfia da Saúde em Serra Preta
A indústria da seca ou o tráfico de doentes... Tudo em prol dos ganhos pessoais daqueles que deveriam estar cuidando de verdade do povo.
ResponderExcluirA superlotação dos hospitais regionais/estaduais se dão porque pra arrancar uma unha ou fazer um parto, tudo é motivo de transferência.
Sou favorável à transformação da profissão de médico em carreira de Estado. Os profissionais devem estar onde a população está.
Excelente matéria.
Parabéns pela qualidade das informações.