13 de agosto de 2022

Corpo de Zelito Miranda é enterrado em Salvador

Corpo de Zelito Miranda foi enterrado nesta sexta-feira (12), com a presença de familiares, amigos e artistas (Foto: Iamany Santos/iBahia)

O cantor Zelito Miranda morreu durante a madrugada desta sexta-feira (12), aos 66 anos, informou a família do forrozeiro em nota à imprensa. De acordo com familiares, Zelito  passou mal  por volta das 5h da manhã. Ainda segundo os familiares, médicos apontaram como causa da morte embolia pulmonar

Em 2021, Zelito teve pneumonia e ficou internado na UTI do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Ele passou quase um mês tratando um processo infeccioso no pulmão.

O velório aconteceu às 16h45, no Cemitério Bosque da Paz e foi aberto para fãs, familiares e amigos.

Zelito é natural do município baiano de Serrinha, que fica a cerca de 170 quilômetros de Salvador. O interesse pela música surgiu ainda na infância. Aos 8 anos de idade, ele começou a tocar triângulo.   Ficou conhecido como “rei do forró temperado”, por misturar estilos como o rock, jazz ao forró pé de serra. Entre seus sucessos nos mais de 25 anos de carreira, estão Fulorô, Forró na Casa do Zé e Trem do Forró.

O cantor  deixou esposa Telma e duas filhas: Luiza e Clarice, que está grávida de nove meses de um menino.

‘Eu fico órfão de um irmão’

"Zelito era um cidadão do bem. Muito bem posicionada com sua vida política também. Sempre socialmente foi a favor dos menos favorecidos, ele tinha essa consciência, ele defendia isso, ele ia pra briga com isso"

Carlos Pita, amigo íntimo e parceiro de produções de Zelito, falou para o ibahia sobre os 45 anos de amizade e relembrou o que construíram juntos em nome do forró.

“Eu fico órfão de um irmão, porque minha amizade com Zelito são de 45 anos. Nós começamos tudo isso. Quando ninguém imaginava que era possível ter bandas elétricas de baianos, com sanfonas, zabumba, triângulo e os instrumentos elétricos… eu e ele, a gente estudante. Ele fazendo teatro na Escola de Teatro e eu fazendo música na Escola de Música da Ufba, nós montamos as bandas e fomos para o interior. Todo mundo achava que a gente era louco, que tocar forró não era coisa de baiano, que a Bahia não era sertão, não era Nordeste. E nós fomos para o interior fazer forró. Então, naquela época, só tinha o Trio Nordestino, que aparecia de vez em quando aqui na Bahia, que eram baianos, para fazer forró. […] Então, nós começamos a desbravar essa realidade, e hoje, todo mundo se aproveita. Eu e Zelito, nós começamos tudo isso. Éramos amigos, irmãos. Chegamos a dividir apartamento ali em Brotas, com 20 anos, 21.”, refletiu.

Carlos Pitta contou também sobre como ambos se ajudaram no período da pandemia, e os momentos de preocupação quando Zelito deu entrada pela primeira vez no hospital, afirmando ter ficado muito abalado, mas que, ainda assim, ambos seguiam se apoiando.

“Acompanhei a trajetória dele e ele acompanhando a minha. Era raro o dia que a gente não se falava. A gente se falava quase todo dia. Sempre colado. Durante a pandemia, a gente era um suporte um para o outro em todos os sentidos, a gente não deixava a peteca cair. E o tempo inteiro comentando e tudo”, relembrou com saudade.

E destacou as qualidade do amigo de uma vida inteira, com a esperança de que “novos Zelitos” possam levar adiante a cultura do forró e o legado do artista com o “Forró do Parque”.

“E Zelito era um cidadão do bem. Uma pessoa pura. Uma pessoa de muito boas intenções. Muito bem posicionada com sua vida política também. Ele sabia o que ele queria. Ele sabia defender. Sempre socialmente foi a favor dos menos favorecidos, ele tinha essa consciência, ele defendia isso, ele ia pra briga com isso. E ele era uma alegria. Zelito é isso. É uma pessoa que vai fazer muita falta, porque é um guerreiro, vai deixar um espaço, uma lacuna muito grande, porque ele tinha uma força muito grande, ele defendia com unhas e dentes esses espaço do forró da Bahia”, afirma.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe do blog deixando sua mensagem, nome e localidade de onde escreve. Agradecemos.