7 de julho de 2019

A farra dos ingressos no Estádio Municipal


Quem paga ingresso ajuda o futebol amador
Que o campeonato municipal de futebol amador de Serra Preta é um grande sucesso, ninguém duvida. A disputa acirrada, os belos lances, gols, empates têm levado muitos torcedores ao estádio. Porém, clubes como Bravolândia, Juventude, Juventus, Comercial, União e CDL, que possuem títulos municipais, comentam as dificuldades financeiras para manter o alto nível do futebol.

Há tempos, que jogadores participam apenas por amor ao clube. Atualmente, quase todos querem algum tipo de compensação financeira. Os clubes ainda têm despesa com transporte, alimentação e reposição de material esportivo. A organização do campeonato permite que os clubes possam contratar até três atletas de fora do município. Quem não contratar os reforços de alto rendimento perde na competitividade dentro de campo, mas a despesa é certa!

Financiamento

O time do Macaco, único da zona rural, disputa o campeonato no limite financeiro
O campeonato sobrevive de poucas fontes de recursos. A prefeitura é a principal patrocinadora: banca a manutenção do estádio, auxilia no transporte e nas premiações. Os clubes buscam patrocínio privado, vendem camisas, realizam bingos, almoço e toda a forma de melhorar o caixa. A bilheteria dos jogos é também uma das principais fontes de recursos para os clubes e para a Liga, que fica com um percentual. Quanto mais tradição tem o time, mas torcedor consegue colocar no estádio. Mas é na bilheteria do estádio que revela um grande problema.

Onde os pobres não têm vez!

Boa parte de torcedores não paga ingressos
Foto: Arquivo do blog
Conversando com dirigentes de clubes, torcedores e membros da Liga Desportiva, a preocupação de todos é com o aumento de ‘torcedores penetras’ no estádio, que não pagam ingressos. Alex Matos reclama que ver a arquibancada cheia, mas quando sai a divulgação oficial o número de pagantes é bem inferior. A direção do time do Bravolândia, considerada uma das maiores torcidas do município, disse que a situação é insustentável. O investimento é alto, mas os clubes não estão ficando com quase nada da bilheteria.

Uma das explicações é o ‘trem da alegria’ que se formou para entrar no estádio. Evidente que tem o acesso legal, como de crianças de até 11 anos e idoso a partir de 60 anos, mas há verdadeiros abusos para não pagar cinco reais no ingresso. Segundo o presidente da Liga, Betinho, tem até comerciante que faz tumulto na frente da bilheteria para não pagar. Outros abusos são as autoridades que entram no estádio sem nada pagar e ainda levam parentes, amigos e caravanas. Segundo Luciano Cruz, a Liga sempre teve dificuldade para inibir esses abusos e pede compreensão.

Na verdade, os abusos para burlar a bilheteria, de apenas cinco reais no Estádio Municipal, simbolizam a injustiça social e os privilégios que custam a ser superados em Serra Preta. Quem paga ingresso mesmo no estádio é apenas o povo de baixa renda e pessoas sem prestígio. Se a Liga se sente refém de autoridades, cabem os clubes fiscalizarem e o povo, amante do futebol amador, ficar de olho nas chamadas autoridades que nada pagam e dizem que ajuda o futebol amador.

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