Antônio e Cristina abraçam o filho Lívio (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) |
Morador da Boca do Rio, o "futuro jurista", como prefere se descrever, saiu de casa acompanhado dos pais, o motorista Antônio Carlos Trintade e a dona de casa Cristina Pereira. O atraso, no entanto, é justificado. É que a família não conhecia o trajeto para chegar até Faculdade de Direito, no bairro da Graça.
“Painho, o caminho é por ali, ó”, explicava ao pai, enquanto tentava mexer no aplicativo de localização. “Ai, meu Deus! Eu fiz a matrícula perto daqui, mas não lembro onde”, dizia o jovem.
Uma tentativa, nada. Duas, três... Ufa! Na quarta vez, o carro da família conseguiu avistar a Rua da Paz, onde fica o prédio de Direito. Mais relaxado, o jovem desabafou: “Melhor eu aprender o caminho, não é? Vou passar cinco anos da minha vida aqui”.
Enquanto deixava o filho na porta da faculdade, dona Cristina o abraçou, desejando sorte. “Deus te abençoe, meu filho. Desejo boa sorte pra você”, afirmou. Ela contou que fez questão de acompanhar o primeiro dia de aula do jovem.
Aliás, o que não falta na família de Lívio, agora, são ocasiões especiais. Na manhã desta segunda, sua irmã, Carlla Trindade, foi pegar o diploma de nutricionista. "Eu fiquei sentida porque não pude ver ela pegando o diploma. Fiquei dividida", confessa a mãe.
Já o pai de Lívio até trocou de horário no trabalho para acompanhar o primeiro dia do filho na faculdade. “Eu pego de manhã no serviço, mas troquei com o colega. Vou de tarde hoje. Não poderia deixar de vir. Ele se esforçou e merece que eu esteja aqui", conta.
Ao lado dos pais, Lívio dá os primeiros passos de Lívio na FDUfba (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) |
O atraso fez Lívio perder a primeira aula, mas, assim que o segundo horário chegou, ele foi até o terceiro andar do prédio para assistir à aula mais desejada do semestre: Teoria Geral do Direito.
"Quando a gente entra na faculdade, as disciplinas nem sempre estão tão ligadas ao curso. Essa vai abordar mais conteúdos de Direito", contou, na entrada da faculdade.
Respirando o Direito
Lívio já usa trajes de quem atua na área de Direito. Para o primeiro dia de aula, escolheu camisa social e sapato preto. A roupa, segundo ele, faz parte da profissão. "Eu fiquei pensando nisso e preferi vim assim, porque Direito é algo formal", diz.
O jovem, que já está estagiando em um escritório de advocacia, diz que já "respira o Direito" e que, por causa disso, se sente mais seguro.
Representatividade
Meses depois de passar na Ufba, Lívio já consegue reconhecer pequenas mudanças em sua vida. Ele diz que depois da aprovação, muitos alunos de outras faculdades passaram a procurá-lo.
Para ajudar, o jovem elaborou um perfil no Instagram só com dicas de vestibular. Ele diz que, agora, está com a responsabilidade de representar essas pessoas.
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