17 de fevereiro de 2017

CARNAVAL: Cordeiros vão receber R$ 54 por dia em Salvador

Cordeiros durante o carnaval de 2014 (Foto: Marina Silva/ Arquivo CORREIO)
Os cerca de 25 mil cordeiros que vão trabalhar nos seis dias de Carnaval em Salvador vão receber R$ 54 como pagamento por cada dia de trabalho. O valor já incluí o transporte de ida e volta. A diária e outras medidas foram anunciadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), as associações de bloco e o Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros (Sindcorda), na tarde desta sexta-feira (17), na sede do órgão, no Corredor da Vitória.

O aumento de R$4 representa 7% a mais do que o que foi oferecido no carnaval de 2016, quando foram pagos R$50 por diária do trabalhador. Os cordeiros vão trabalhar de 6h à 7h por dia e terão que receber Equipamentos de Proteção Individual (EPI), composto por luvas, protetor auricular e sapato fechado. Eles terão direito também a um lanche: dois biscoitos e uma garrafa de água. Além desses itens, também é obrigatório o fornecimento de protetor solar.
Todas as ações constam em um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado no final de 2016, mas só divulgado nesta sexta. O documento foi assinado por 22 dos 39 blocos que desfilarão na festa deste ano e é permanente, o que significa que todas as garantias conquistadas serão mantidas nos próximos anos da festa. A única exceção é o valor da diária que terá que ser reajusta a cada ano. 
O termo determina ainda os deveres dos cordeiros. Entre as obrigações estão a boa relação com os foliões, a proibição de atividades como consumo de álcool, catar latas de alumínio e envolvimento em brigas. Dos 25 mil profissionais, cerca de mil foram, pela primeira vez, capacitados pelo Sindcorda para seguir estas regras. Eles também receberam orientações sobre a importância de usar os equipamentos de segurança.
"A crise afetou o carnaval e, por causa disso, blocos tradicionais não vão desfilar. É preciso repensar como ficam esses trabalhadores. Esse TAC é importante porque nos garantes os benefícios conquistados, traz respeito e evita a contratação arcaica, em cima da hora. Com certeza, foi um avanço nesse ano de crise", comemora o presidente do Sindcorda, Matheus Silva. Ainda segundo o presidente, o sindicato não é contra a democratização do Carnaval, mas, para ele, a festa momesca precisa de reestruturar para que seja mantida a cadeia de produção, que inclui as cordas.
As empresas serão responsáveis também por criar camisetas padronizando os cordeiros e, se descumprirem qualquer um dos pontos do acordo serão multadas com valores que alternam entre R$ 3 e R$ 30 mil, dependendo da irregularidade. A fiscalização será realizada pelo MPF e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), através do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest).
"Nós temos todo o interesse em cumprir o acordo. Mesmo com toda a dificuldade da crise no Carnaval, nós e o Sindcorda andamos juntos", disse Márcia Mamede, representante da Associação de Blocos Alternativos, que compreende 12 blocos que assinaram o termo. São eles: Vumbora, Cerveja & Cia, Yes, Eu Vou, Harém, Pra Ficar, Banana Coral, Coco Bambu, Burburinho, Eva, Timbalada e Fissura.

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