CPM de Itabuna foi a melhor colocada | Foto: Divulgação |
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado pelo Ministério da Educação nesta quinta-feira (8), não trouxe uma notícia muito animadora sobre as condições da educação pública fornecida pelo governo estadual baiano. O Ideb de 2015 do Ensino Médio da Bahia, de responsabilidade do Estado, ficou em apenas 2,9. O número é abaixo da média nacional, que ficou em 3,7, e representa aumento de apenas 0,1 em relação a 2013, quando a Bahia apresentou média de 2,8 neste quesito.
Além do avanço a passos lentos, o Estado ficou abaixo da meta estipulada para este ano, de 3,6. Na contramão da Bahia, a escola estadual com melhor resultado foi o Colégio da Polícia Militar (CPM) Antônio Carlos Magalhães, em Itabuna, com Ideb de 5,8. No entanto, os baianos ainda têm unidades de ensino em situação pior em relação a todo o estado. É o caso, por exemplo, da Escola Estadual John Kennedy, no município de Inhambupe, que apresentou o menor índice entre as instituições listadas, com apenas 1,2.
O superintendente de Educação Básica da Secretaria Estadual de Educação (SEC), Ney Campello, concorda que o número “não é bom”, mas culpa, entre outros fatores, a metodologia do MEC pelos números diminutos. “Há uma limitação em relação ao Ideb do Ensino Médio. No caso do Ensino Médio, o Ideb é obtido através de amostragem limitada. Apenas 41 escolas foram avaliadas, de 800 escolas na rede estadual, o que representa apenas 5% de toda rede. É diferente do Fundamental I e II, onde todas são avaliadas. Há esse detalhe que não reflete o conjunto da rede”, afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.
O superintendente ainda citou casos pontuais de escolas que evoluíram nos índices entre 2013 e 2015, mas acredita que são necessárias uma série de medidas para estimular a reação da educação baiana em levantamentos como o Ideb. Campello assinala também que os resultados da Bahia são reflexo das desigualdades regionais do país. “Estamos fazendo para evoluir nesses indicadores. Uma das principais coisas é identificar as melhores práticas para disseminar em toda rede. Temos um conjunto de medidas que vão nos permitir chegar até 2017 com um resultado acima do que aconteceu agora.
O Educar para Transformar, que criou um pacto com os municípios, é um exemplo disso [do conjunto de medidas]. Não é um número bom [o Ideb], mas que mostra o desafio que temos na Bahia e na maior parte do país. As desigualdades regionais são a cara do Ideb brasileiro”, avaliou. Na opinião do superintendente, a melhora dos índices do ensino médio baiano passa pelo fortalecimento do ensino infantil e fundamental e na melhor aplicação de recursos na Educação. “Para mim, as principais causas são a necessidade de se fortalecer ensino infantil e fundamental. Maior responsabilidade no acompanhamento pedagógico da escola.
É preciso que continuemos investindo em educação. O governo federal e o estadual não pode submeter a educação à lógica de política fiscal. Aí, sim, teremos um grande problema para esse ciclo de melhora da educação que queremos. Precisamos de mais dinheiro e melhor alocação desses recursos”, disse.
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