Aldinho e Braquistone são os pré-candidatos da oposição. Foto: Facebook de Aldinho |
A oposição pretende dar um basta
nas pretensões governistas que administram Serra Preta desde 1982. Apenas o
médico Benedito, que apoia a oposição, conseguiu uma vitória eleitoral sob esta
verdadeira “dinastia política” quando derrotou Antonio Carneiro em 2002. Outro momento de crise da “dinastia
política” aconteceu ao eleger Zelito Leite e este rompeu com o grupo. Hoje,
Zelito Leite, considerado o prefeito que mais obras públicas realizou, apoia também a
oposição.
O Engenheiro Agrônomo e professor Aldinho é o pré-candidato da oposição. Filho do ex-prefeito Dozinho, que teve seu poder
abreviado em 1982 quando perdeu a eleição para Moacyr Cerqueira.
A oposição conta com a pré-candidatura de Braquistone como vice na futura
chapa. Braquistone é uma jovem liderança do povoado de Morro do Curral, filiado
ao PCdoB e se destacou ocupando o cargo de presidente do Sindicato dos
Trabalhadores com 4 mil filiados.
Antonio Carneiro e Adeil disputam herança política. Foto: Arquivo |
A oposição conta com o apoio de
forças diversificadas. É uma união entre o “centro político” e as “forças de
esquerda”, com destaque para o PCdoB e o PT. O pré-candidato Aldinho também
conseguiu reunir em torno de seu nome o ex-prefeito Benedito com principal
articulador e o lendário Zelito Leite, casado com Angélica, que foi a candidata
da oposição em 2012. A oposição nunca esteve num bom momento deste a vitória
histórica de Benedito.
QUADRO POLÍTICO
GESTÃO
|
PREFEITO
|
VICE
|
1982 a 1988
|
Moacyr Cerqueira
|
Zelito Leite
|
1989 a 1992
|
Zelito
Leite
|
Fidélis Araújo
|
1993 a 1996
|
Moacyr Cerqueira
|
Adeil
|
1997 a 2000
|
Antonio Carneiro
|
Antonio Alves
|
2001 a
2004
|
Benedito
Gonçalves
|
Angélica
|
2005 a 2008
|
Antonio Carneiro
|
Moacyr
|
2009 a 2012
|
Adeil Figueredo
|
Dozinho
|
2013 a 2016
|
Adeil Figueredo
|
Moacyr
|
Em vermelho, representa a vitória
da oposição perante o grupo que venceu em 1982
As mudanças exógenas são outros
elementos novos que estão interferindo na conduta municipal dos gestores. A
política de controle do dinheiro público, a atuação do Ministério Público, a
diversificação de estações comunicativas, principalmente a internet, são
fatores que não faziam parte do cenário dos anos 80. Sendo assim, o momento
pede um gestor inovador, competente, honesto e sem vícios para com a coisa
pública. Caso contrário, pode entrar no governo com festa e sair como
presidiário. A sabedoria este ano estará com a maioria do povo!
Análise de Conjuntura
Patrimonialismo versus prestação de serviços públicos de qualidade
Servidores tentando negociar com o prefeito Adeil. Foto: Arquivo |
Sem dúvida, Moacyr Cerqueira foi
o maior articulador político de Serra Preta, ficando no poder por três décadas,
seja conduzindo o governo ou articulando diretamente. Por outro lado, reinar
este tempo todo (analisar quadro acima) não significa condução de desenvolvimento. Serra Preta é um dos
piores municípios em desenvolvimento da Bacia do Jacuípe em todas as áreas
públicas.
A saúde, Educação e
infraestrutura precisam de investimentos reais. Empobrecida, sua população
convive com o analfabetismo e a troca de favores eleitorais (arma forte para
quem controla a máquina pública). Ao mesmo tempo, o município conta com
abertura aos grandes centros (Feira de Santana e Salvador se destacam), onde
jovens estão tendo acesso a cursos superiores, trabalho assalariado no comércio
e na indústria, diversificando a atividade agropastoril de subsistência.
A vitória de Benedito, no início
dos anos 2000, já indica que o modelo dos anos 80 não é mais suficiente para
manter a hegemonia de prefeitos eleitos pelo voto direto, mas autoritários na
condução do poder. Há uma crítica crescente em Serra Preta ao ‘governo patrimonialista’,
que mistura a coisa pública com o privado, onde parte do interesse público é
discutida na propriedade do gestor.
Esta eleição pode representar uma
disputa entre o gerenciamento público contra o patrimonialismo. Neste sentido, candidatos
terão que ajustar o discurso e a conduta histórica. O eleitor poderá estar de olho
nesta subsunção teórico-prático. Neste sentido, a oposição leva vantagem ao propor a superação do modelo perverso dos anos 80, que determinou vitórias
eleitorais em troca do desenvolvimento econômico e prestação de serviços
públicos de qualidade.
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