23 de maio de 2016

Aclamado pela crítica, 'Aquarius' sai sem prêmios de Cannes

Brazilian actress Sonia Braga poses as she arrives on May 21, 2016 for the screening of the film 'Elle' at the 69th Cannes Film Festival in Cannes, southern France. / AFP / LOIC VENANCE (Photo credit should read LOIC VENANCE/AFP/Getty Images)
O Brasil chegou perto, mas 2016 não será lembrado como o ano em que uma produção do País voltou de Cannes com um de seus principais prêmios.
O filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, apesar de aclamado pela crítica internacionalem sua estreia no festival, saiu sem nenhum honraria da cerimônia de premiação neste domigo (22).
O grande prêmio do Festival de Cannes foi para o drama britânico I, Daniel Blake, de Ken Loach. O longa conta a história de um operário doente que não consegue receber seu seguro-desemprego devido à burocracia no Reino Unido.
Essa é a segunda vez que o cineasta vence a Palma de Ouro. A primeira foi há dez anos, com Ventos da Liberdade.
Cotada para a Palma de melhor atriz, Sonia Braga foi desbancada pela a filipina Jaclyn Jose, protagonista do drama Ma' Rosa, que retrata a trajetória de uma mãe que vende drogas para sustentar os filhos e acaba indo presa.
Em sua página oficial no Facebook, o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho não lamentou a saída do festival sem prêmios."Fica uma experiência intensa de repercussão, imprensa espetacular, discussão emotiva e política em torno do filme e do Brasil, do amor e da história", escreveu.
Ninguém esperava
Grande Prêmio do Júri (equivalente ao segundo melhor filme da competição) foi Xavier Dolan, canadense de 27 anos que apresentou no festival o drama Just la Fin du Monde(Apenas o Fim do Mundo). Longe de críticas unânimes, o longa conta a história de um rapaz que volta para casa depois de anos para anunciar à família que vai morrer em breve.
Vaiado em sua primeira sessão, o suspense Personal Shopper, do francês Olivier Assayas, levou o prêmio de direção. O longa é estrelado pela atriz Kristen Stewart. Esse prêmio foi divido com o romeno Cristian Mungiu, que levou à Cannes o longa Graduation. Mungiu já ganhou Palma de Ouro por 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias.
Prêmio do Júri foi para American Honey, dirigido por Shia Laboeuf. A produção mostra jovens americanos que vendem revistas viajando pelo país em uma rotina selvagem repleta de sexo e drogas.
Mãos vazias?
O Brasil pode não ter levado nenhum dos principais prêmios, mas não saiu do 69º Festival de Cannes com as mãos abanando. O curta-metragem A Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria, recebeu menção especial na categoria.
E neste sábado (21), o documentário Cinema Novo, de Eryk Rocha, ganhou o prêmio Olho de Ouro - direcionado a obras documentais. O filme aborda o famoso movimento cinematográfico surgido no Brasil, nos anos 1960, e traz depoimentos de Cacá Diegues, Ruy Guerra e Nelson Pereira dos Santos - entre outros personalidades responsáveis pelo movimento.
Veja a relação completa de vencedores:
Palma de Ouro
I, Daniel Blake, de Ken Loach (Reino Unido)
Grande Prêmio do Júri
Juste la Fin du Monde (Apenas o Fim do Mundo), de Xavier Dolan (Canadá/França)
Melhor Diretor
Olivier Assayas, por Personal Shopper (França), e Cristian Mungiu, por Graduation(Romênia) (empate)
Melhor Atriz 
Jaclyn Jose, por Ma' Rosa, de Brillante Mendoza (Filipinas)
Melhor Ator 
Shahab Hosseini, por The Salesman, de Ashgar Farhadi (Irã)
Melhor Roteiro
Asghar Farhadi, por The Salesman (Irã)
Prêmio do Júri American Honey, de Andrea Arnold (Reino Unido/EUA)
Prêmio Caméra d'Or (melhor primeiro filme) 
Divines, de Houda Benyamina (Afeganistão)
Melhor curta-metragem 
Time Code, de Juanjo Gimenez (Espanha)
Menção Especial – Curta-Metragem 
A Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria (Brasil)
Palma de Ouro Honorária
Jean-Pierre Léaud, ator dos filmes de François Truffaut como Os Incompreendidos

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