Extraído do vídeo Choque |
Fomos à rua contra a violação do painel em 16 de maio de 2001. Éramos estudantes.
No Senado, o falecido ACM se divertia com o painel eletrônico, na busca de
informação privilegiada. Desejava saber os votos dos senadores, que registravam
seus interesses secretamente numa República que luta por transparência.
Anos se passaram e os escândalos se ampliaram na Era Lula. A
base do governo interpretou a campanha histórica “O petróleo é Nosso” literalmente.
Os movimentos de esquerda retraíram e os sindicatos reeditam a Era Vargas – é o
neopeleguismo. Por outro lado, os alimentados de bairros tradicionais, que
detestavam protestos, agora protestam. Muitos radicais de ‘Direita’ utilizam a
liberdade relativa da democracia para cobrar a volta da Ditadura Militar em
passeatas de rua, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.
Com o esfriamento das passeatas verde e amarelo, apelam em
bater panelas simultaneamente, quando o discurso televisivo da presidenta Dilma
e o horário eleitoral do PT iam ao ar. Em resposta, Dilma preferiu se
pronunciar através das redes sociais. Na tréplica, o jornalismo da Globo
exalta os panelaços em bairros nobres. Lula posta vídeo nas redes sociais
malhando em academia. Porém, as concessões de Rádio e TV no Brasil seguem o paradigma
dos regimes de chumbo. Falar em chumbo, tortura política caiu
consideravelmente, mas os jovens pobres são vítima de assassinatos todos os
dias.
Dilma foi reeleita com votação apertada. Seu início de
governo parece governar para os adversários. Ajuste fiscal apenas para a classe
trabalhadora. Os bancos continuam bem. Aumento de impostos, alteração
trabalhista e arrocho salarial viraram notícias cotidianas. Diz que o Brasil será uma “Pátria Educadora”,
mas a Educação sofre com corte de verbas e o modelo de ensino ainda nos moldes
do século passado.
Na Bahia, as chuvas revelam o déficit habitacional de Um
milhão de casas e falta de investimento em infraestrutura urbana. Dezenas de baianos
morrem soterrados em bairros periféricos. A pele negra se confunde com a lama
das encostas. A prefeitura direcionou seu orçamento para eventos e bairros de
referência. A Roma Negra é administrada por ACM Neto, que goza de
relativa popularidade.
O “16 de maio” de hoje é bem diferente do “16 de maio” da
invasão da UFBA. Antes, o inimigo era declarado e nos esperava na esquina. Hoje,
o inimigo é difuso, frequenta a ‘Direita’ e a ‘Esquerda’. Antes, a ética política
era um bem inegociável. Hoje, um pilar contraditório para os padrões da
governabilidade. Para a defesa dos governistas, o Brasil sempre foi assim.
Todos roubam, a corrupção é endêmica, não há santo nos trópicos. O brasileiro é
um falso moralista, que na primeira oportunidade, mete a mão no dinheiro do
contribuinte. O que a gente fazia mesmo no '16 de maio' nas ruas de Salvador?
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