A
deputada Neusa Cadore apresentou dados alarmantes do Mapa da Violência
que mostram que 30 mil jovens são mortos no país a cada ano, sendo que
77% deles são negros. A parlamentar afirmou que o movimento de cobrar
soluções do poder público é muito importante porque em vários lugares do
Brasil está constatado que essas mortes têm o envolvimento direto da
polícia. "A nossa Comissão manifesta solidariedade com as mães que vivem
esse drama e se coloca como parceria desta luta", afirmou Neusa.
"O
modelo de segurança pública que aí está não nos representa", afirmou o
deputado Bira Coroa, presidente da Comissão Especial da Promoção da
Igualdade. "Precisamos enfrentar esse debate e contribuir na construção
de políticas afirmativas e efetivas", destacou.
A
representante da Rede de Mulheres Negras, Lindinalva de Paula, falou da
invisibilidade da mulher negra e também reivindicou políticas públicas
mais eficazes. "As mulheres negras continuam no mesmo lugar da pirâmide
social porque as políticas não chegam na ponta. Continuam desempregadas e
enterrando seus filhos assassinados. Precisamos mudar isso. Não temos
tempo a perder", pontuou.
"Cada vez que um
jovem negro é tombado, as suas mães e suas irmãs ficam mortas em vida",
afirmou a coordenadora da Campanha Reaja, Daniele Santos. Ela disse que o
grupo integra uma campanha internacional pelo fim do genocídio do povo
negro e criticou o modelo de formação dos policiais. "Quando você pega a
cartilha de formação usada pelos policias de Salvador, você vê
exatamente que o treinamento é esse, que pelo direcionamento da policia o
bandido padrão é negro", exemplificou.
Mães presentes
"Nós
mães, vítimas desse estado racista, que tivemos nossos filhos
sequestrados e levados forçadamente pelo Estado, estamos aqui unidas",
disse emocionada Cleonice da Silva de Oliveira. O filho dela, Jean
Carlos, 20 anos, desapareceu há de 1 ano e 4 meses durante uma abordagem
no bairro de Canabrava. Já Miriam Cristina de Jesus, mãe de Rildean de
Jesus Santos, 19 anos, relatou que há quase cinco anos precisa fazer uso
contínuo de medicação porque não consegue ter estrutura emocional
diante do acontecido.
Também estiveram
presentes, Iracema, mãe de Davi Alves de 17 anos, desaparecido; além de
Jorge Lázaro, que teve dois filhos assassinados.
Entre os
encaminhamentos da audiência está a constituição de um grupo de trabalho
para dar prosseguimento aos debates e construir propostas concretas de
intervenção. Neusa aproveitou para informar que já foi protocolado um
pedido de audiência com o secretário de Segurança Pública para tratar do
assunto.
Também participaram do debate Deise
de Oliveira (Representante da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos);
Coronel Ramalho Neto (Secretaria da Segurança Pública); além da
deputadas parlamentares Maria Del Carmen e Fátima Nunes.
Assessoria de Imprensa da Dep. Neusa Cadore via e-mail.
Assessoria de Imprensa da Dep. Neusa Cadore via e-mail.
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