Foto: Divulgação / Arena Fonte Nova |
O
show do DJ francês David Guetta em Salvador, na última quarta-feira
(8), utilizou fogos sem autorização expressa do Corpo de Bombeiros.
Nenhuma guarnição do órgão esteve presente na Arena Fonte Nova, local
onde ocorreu o evento – organizado pelas produtoras LM e Plustalent –
que teve público de aproximadamente 20 mil pessoas, conforme estimativa
oficial. De acordo com o decreto municipal nº 23.252, de 2012, cabe à
Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município
(Sucom) fiscalizar o cumprimento das normas de segurança contra incêndio
e pânico.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o superintendente Sílvio
Pinheiro afirmou que, no caso citado, a autorização caberia à Polícia
Militar, por se tratar de “fogos de menor potencial, mais de efeito”. “A
Sucom licencia quando é show pirotécnico”, declarou. De acordo com o
titular da Sucom, não havia nenhuma menção aos artefatos no processo de
autorização especial para o show. “Não consta no projeto deles nenhuma
informação referente à utilização de fogos: não tem nas plantas ou nas
declarações. Se tivesse, pediríamos à empresa uma autorização do Corpo
de Bombeiros”, acrescentou Pinheiro.
Consultado pelo BN, o
tenente-coronel Jorge Sturaro, do Centro de Atividades Técnicas do Corpo
de Bombeiros, reconheceu que o plano de fogo apresentado não estava “a
contento” do que pede a corporação. “Faltaram alguns dados: não houve
liberação explícita ou negativa”, admitiu. Sturaro minimizou a ausência
de bombeiros na Arena, ao dizer que a organização do evento contratou
“pessoal brigadista”, postos a agir em caso de necessidade. “Tínhamos
uma viatura em stand by”, completou. Na avaliação do oficial, não havia
um risco iminente, apesar de fotografias do evento mostrarem o alcance
de alguns fogos, à altura da cobertura do estádio.
Segundo o próprio
site da Arena Fonte Nova, não havia combatente de incêndio no local. A
estrutura do evento contou com 253 vigilantes e 19 líderes; 84 homens do
Batalhão Especial de Policiamento de Eventos (Bepe-PM); 12 policiais
civis; 14 socorristas; 54 orientadores; 53 catraqueiros; dois
ascensoristas; 10 líderes; quatro assistentes; 80 agentes de limpeza;
oito supervisores de limpeza; dois coordenadores de limpeza e apenas
quatro postos de saúde e cinco ambulâncias.
Em janeiro do ano passado,
sinalizadores causaram a tragédia na Boate Kiss, na cidade gaúcha de
Santa Maria – foram 242 mortos e 116 feridos.
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