Adolescente obteve a 10ª maior nota entre os classificados no quinto curso mais disputado do país
Apesar do desempenho, Maria Paula ainda não pôde se matricular na Ufba. Isso porque sua idade não permite obter o certificado de conclusão do ensino médio, necessário para a matrícula. A família, então, entrou com uma ação na Justiça para que a filha pudesse cursar o ensino superior sem precisar voltar à escola — o Colégio Sartre COC — onde as aulas já começaram. A juíza Renata Mesquita, da 14ª Vara Cível Federal entendeu que ela merece, sim, a vaga e emitiu uma liminar garantindo sua pré-matrícula — o que ela já fez na última segunda-feira.
Segundo o advogado da menina, Antonio Jorge Santos, a
decisão se baseou no artigo 205 da Constituição que versa sobre
“razoabilidade e proporcionalidade”. “Decisões como esta
valorizam a meritocracia, garantindo o acesso da jovem à universidade
sem precisar concluir o ensino médio”, disse. Justiça à parte, Maria
Paula já pode, inclusive, colocar no currículo duas aprovações em Enem.
Isso porque em 2012, quando ainda cursava o primeiro ano
do ensino médio, ela obteve 878 pontos — desempenho que lhe garantira
vaga na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Além disso, ela tem
quatro medalhas em Olimpíadas Brasileiras de Química - duas de ouro, uma
de prata e outra de bronze. Apesar de tudo, ela tinha dúvidas se seria
classificada para a Ufba. “Era o meu sonho, mas eu não tinha ideia de
que iria tão bem”, diz.
“Você não é deste mundo!”, “É um alienígena”, ouviu
dos amigos. Mas está enganado o leitor se concorda, pois ela não tem
nada de anormal. Muito estudiosa e responsável, ela revisava todos os
assuntos da escola diariamente, mas nunca abdicou da vida social e
jamais deixou de curtir os fins de semana. “Não sou a pessoa que mais
estuda no mundo”, revela.
Maria Paula conta, inclusive, que só depois de tirar
uma soneca de meia hora e ir à academia se dedicava aos conteúdos para
o Enem. Filha de cubanos, ela nasceu no Rio e vive em Salvador desde
2009. Hoje, mora na Pituba. A mãe, socióloga, e o pai, engenheiro
nuclear, são seus exemplos. Mas o interesse em Medicina veio da vontade de exercer a solidariedade e a “arte de fazer cirurgias”.
Informações: Correio da Bahia
Informações: Correio da Bahia

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