Excelente leitura. Leia abaixo o artigo do autor do livro, inspirado na Escola em Salvador que deseja ser nomeada com o nome do revolucionário Carlos Marighella.
Testemunho pessoal
Sou autor da biografia “Marighella – O guerrilheiro que incendiou o
mundo” (Companhia das Letras). Um exemplar aparece no vídeo, entre os
objetos expostos no _ainda_ colégio Médici. A professora Carmem disse,
comovendo-me: “Seu livro foi uma base e uma inspiração para esse
trabalho”.
Como sabe quem leu a biografia, não produzi nem uma hagiografia,
promovendo os feitos do protagonista, nem um libelo contra ele. Escrevi
uma reportagem, contando o que Marighella fez, disse e, na medida do
possível, pensou. Não o julgo ou trato como herói ou bandido _empenho-me
em fornecer informações para cada leitor formar seu próprio juízo.
Mas, como dizia João Saldanha, grande amigo de Marighella, eu não sou
filho de chocadeira _tenho opinião. A ditadura foi um mal, e seus
crimes devem ser narrados, bem como os criminosos, punidos. A história
não deve apagar personagens, como a ditadura e suas viúvas tentaram
fazer com Marighella, ou como os artistas de Stálin faziam eliminando
das fotografias as pessoas caídas em desgraça.
A professora Carmem e seus alunos orgulham o Brasil. Assim como é
legítimo haver escolas com o nome de Carlos Lacerda (1914-77), líder de
direita de gigantesco talento, é legítimo reverenciar um dirigente de
esquerda como Carlos Marighella.
Ilegítimo é bajular em prédio público a memória de ditador, perenizando o elogio das trevas.
Tomara que o governo Jacques Wagner não barre a decisão democrática e
soberana da comunidade que decidiu pela civilização, contra a barbárie.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe do blog deixando sua mensagem, nome e localidade de onde escreve. Agradecemos.