15 de dezembro de 2023

Seca na Bahia: 160 municípios já decretaram situação de emergência

 Estiagem afeta fornecimento de água potável e economia de cidades do interior


A falta de chuva na Bahia já afeta mais de um terço dos municípios no estado. Em meio a seca, de acordo com a União dos Prefeitos da Bahia (UPB), 160 cidades decretaram estado de emergência por conta da crise hídrica. É isso o que relata Quinho Tigre, prefeito de Belo Campo e presidente da UPB, que acompanha as cidades que passam pelo problema.

"Aproximadamente 160 cidades decretaram estado de emergência. Então, estamos na expectativa de ações do Governo do Estado, seja para o fornecimento de água para consumo humano ou animal. Além disso, esperamos a instalação de um galpão para dispensar alimentação para os animais e atenuar os impactos na produção animal", afirma Quinho.

A seca afeta cidades do Semiárido e também das áreas de Mata Atlântica. Diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) que trabalha com ações para atenuar o efeito da seca, Jeandro Ribeiro explica que os motivos para as cidades decretarem emergência.


"Dois terços dos municípios baianos estão no Semiárido e convivem há muito tempo com situação de seca. Esse período é da safra-verão e normalmente chove, mas, nesse ano, não choveu. E não é só a falta de chuva, há também o aumento nas temperaturas que traz muitos prejuízos e intensifica o problema", fala Ribeiro.

O diretor-presidente destaca ainda que o problema das altas temperaturas não é um problema só da Bahia, mas mundial por conta das mudanças climáticas. Ele detalha ainda as consequências da seca. "Além do fornecimento de água, influencia negativamente na produção de alimentos e na produção animal, afetando agricultura e agropecuária. [...] Porém, há em curso um trabalho para fornecimento de milho à balcão para produtores e infraestrutura para auxiliar na captação e armazenamento de água", pondera.

Nesta sexta-feira (15), a gestão estadual anunciou um plano de ação emergencial para monitoramento e mitigação dos impactos da seca na Bahia. Entre os anúncios, estão a entrega de máquinas, abertura de balcão para venda de ração animal, poços artesianos e infraestruturas para combate da crise hídrica.


Informações: Correio da Bahia


SERRA PRETA

O município não declarou estado de emergência ainda

Serra Preta está localizada no semiárido baiano. Foto arquivo: Alex Matos

Embora Serra Preta não aparece no mapa da estiagem, os moradores do município já sentem os efeitos. Sem grandes estruturas para conviver com a seca, muitos moradores, principalmente da zona rural sofrem diretamente com o fenômeno natural.


A população de Serra Preta depende diretamente do poder público para evitar uma tragédia social por causa do fenômeno da seca. Em grupos de whatsaap, diversos apelos são gravados pelos internautas. Cláudio Mascarenhas, que já foi secretário de Ação Social em Serra Preta, cobra do governo Estadual ações emergenciais. Segundo Mascarenhas, ele não tem mais condições de alimentar seu rebanho. Diz ter poucas opções para enfrentar o momento emergencial. "Alimento os animais ou passo fome", declarou.


No distrito de Bravo, maior aglomerado urbano de Serra Preta, diárias são as reclamações contra os serviços pestados pela Embasa - Empresa baiana de abastecimento de água. O fornecimento de água para a população é muito irregular, agravando a situação dos moradores. Há uma semana, líderes populares fizeram uma manifestação pública pelo distrito, cobrando abastecimento de água pela Empresa. 


A última grande seca em Serra Preta foi em 2017. Quase todo o rebanho bovino do município morre, foi transferido para outras regiões ou vendidos a baixo preço. Neste período, nosso blog produziu o vídeo "Vidas Secas", que foi elogiado, através da crítica do grande jornalista Marconi de Souza, e premiado com mais 2 mil toneladas pelo Madre Verão, sendo distribuído em Serra Preta gratuitamente. 


Assista ao vídeo 




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