23 de junho de 2021

Pela 3ª vez, ex-presidente da UDR vai a júri popular acusado de matar sem terra no PR

Mais de 23 anos após o assassinato de Sebastião Camargo, o ruralista Marcos Prochet irá a júri popular nesta quarta (23)
Sebastião Camargo foi morto aos 65 anos / Arquivo

Está marcado para esta quarta-feira (23) o júri popular de Marcos Prochet, ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR) acusado de executar o trabalhador sem terra Sebastião Camargo, em 1998.
O julgamento está previsto para ocorrer a partir das 13h30, no Tribunal do Júri de Curitiba, com participação presencial restrita aos jurados e às partes envolvidas, devido à pandemia da covid-19. Haverá transmissão ao vivo pelo canal de YouTube do órgão.
A atividade é acompanhada por organizações e redes de defesa dos direitos, entre eles o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH).
“A família está em busca de justiça e que ele [Prochet] pague pelo que fez. Faz 20 e poucos anos que a minha família está aguardando isso. Não traz o nosso pai de volta, mas pelo menos que a justiça seja feita”, é o apelo de Cesar Camargo, um dos cinco filhos do camponês assassinado.
Sobre o assassinato
Sebastião Camargo foi morto aos 65 anos, com um tiro na cabeça. O crime ocorreu no dia 7 de fevereiro de 1998, durante um despejo ilegal em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Fazenda Boa Sorte, em Marilena, cidade do Noroeste do Paraná.
Na área residiam 300 famílias. Sob ameaças, as pessoas foram obrigadas a deitar no chão. Com problemas na coluna, o trabalhador Sebastião Camargo não conseguiu manter a cabeça abaixada. Para evitar que o trabalhador reconhecesse os autores da ação, o camponês foi assassinado, deixando cinco filhos e uma esposa.





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