Mujica veio ao Brasil
a convite da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria da América do
Sul (Federasur) para um seminário fechado que aconteceu pela manhã. O
evento terminou às 20h30 e Mujica se despediu tirando uma foto à frente
dos quase 5 mil participantes que estiveram no local.
A iniciativa
de realizar o encontro com os estudantes partiu do próprio político,
que foi ovacionado pelo público ao ser anunciado no microfone, por volta
das 18h30. Ele demonstrou muita simpatia e discursou logo após sua
apresentação. O ex-presidente tornou o Uruguai um dos países de
legislação mais avançadas em relação às drogas.
O ex-presidente
respondeu perguntas sobre diversos temas, como o que pensa sobre
“movimentos golpistas” na América do Sul, os maiores desafios da América
Latina atualmente, opinou sobre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a
União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e chegou até a ser questionado
sobre quem são seus exemplos históricos e livros que mudaram sua
percepção de vida. “Queridos, a vida é um livro aberto”, brincou.
“Necessitamos de confiança.
Temos que aprender que a mensagem é uma: nós podemos andar em um fusca.
Somos consequência do interesse do nosso povo (…) O problema mais grave
da América Latina é a desigualdade. Temos que ter recurso e isso se
chama política fiscal. Na América do Sul o rico não paga quase nada (…) O
mundo está se agrupando em gigantescas unidades. A União Europeia está
criando uma fabulosa unidade de capital. Qual é nosso destino, ser
compradores de conhecimento de ponta? Que a batalha para liberdade seja
também no campo da investigação”, declarou.
Mujica também foi questionado sobre a
redução da maioridade penal. Ele afirmou que “não considera um caminho
ideal”. Perguntado se o Brasil teria capacidade para legalizar as
drogas, ele se ateve a falar sobre sua experiência com o tema enquanto
foi presidente do Uruguai.
“Nós temos que pensar como espécie e não
como países. E isso engloba o mundo inteiro. Os pobres da África não
são da África, são do mundo inteiro. Os homens que atravessam o
Mediterrâneo são nossos. Todos são nossos conterrâneos. A liberdade não
se vende, se ganha fazendo algo pelos demais”, disse o ex-presidente.
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