“Foi a coisa mais brutal que vi em minha vida”, contou o pedreiro Wilson Ramos
Mais de duas mil aves, a maioria andorinhas, foram envenenadas e mortas na tarde de segunda-feira, 2 de abril, na rodoviária de Ilhéus. Na terça-feira, 3, outras aves continuaram a morrer por conta de um produto usado para dedetização pela empresa Solimpo, contratada para fazer a limpeza da estação rodoviária da cidade.
Crime ambiental
A empresa, que teria usado um repelente específico para morcegos e pombos, e a administração da rodoviária vão responder por crime ambiental e serão multadas em R$ 500 por ave morta ou, de alguma forma, prejudicada pelo uso do produto. O repelente foi colocado no telhado do terminal, de telha de vinco com estrutura de ferro, usado pelos pássaros para dormir durante o período do verão.
Na terça-feira, os representantes da empresa de dedetização e da administração da rodoviária prestaram depoimento na Delegacia de Proteção Ambiental (DPA), localizada no próprio município. No mesmo dia, as mais de 50 aves que sobreviveram foram encaminhadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cepas), ligado ao Ibama, localizado em Porto Seguro.
Revolta
Muitas pessoas na cidade ficaram indignadas com o fato, apesar das reclamações, anteriores ao envenenamento, de que as aves estavam inviabilizando os serviços da rodoviária, sujando o chão e mesmo as pessoas que usam o espaço. O pedreiro Wilson Santos Ramos, de 55 anos, afirmou estar chocado. “Foi a coisa mais brutal que vi em minha vida”, contou.
As aves, que ainda não tiveram as espécies identificadas, são migratórias e durante o período mais quente do ano vão parar na cidade. No inverno, elas se retiram do local. Ainda não há informações sobre a origem dos pássaros.
A Tarde, com informações e fotos de Joá Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe do blog deixando sua mensagem, nome e localidade de onde escreve. Agradecemos.