18 de novembro de 2020

Novo prefeito de Jacobina projeta participação popular em mandato

Jacobina é uma cidade de natureza turística
e o que falta é tratar isso como prioridade

Eleito no último domingo com 45,82% dos votos, Tiago Dias (PC do B) será o novo prefeito de Jacobina a partir do próximo ano. O candidato derrotou o atual prefeito, Luciano do Locar (DEM), no município que não reelege ninguém há 20 anos. Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM (103.9) o futuro gestor projetou a importância da participação popular no seu mandato e prometeu uma maior atenção para a zona rural do município.

 

"O eleitor de Jacobina pode esperar uma gestão transparente, uma gestão com participação popular já que nós temos formação nas bases. Sou lavrador com muito orgulho, sou da zona rural, é a primeira vez que Jacobina terá um prefeito e uma vice da zona rural então invertemos a ordem da lógica política. Geralmente a política é feita do centro para fora e agora nós queremos ir da zona rural para o centro", afirmou.

 

Vereador da cidade nos últimos dois pleitos, Tiago irá liderar o poder executivo e espera por colaboração da Câmara dos Vereadores do município. Com 6 vereadores eleitos por sua coligação, com quatro do seu partido, sua base terá minoria na Casa, que conta com 10 vereadores da coligação do atual prefeito, mas isso não será um problema de acordo com o novo gestor.



"Com diálogo, transparência e respeito a todas as frentes, dá para se construir. Nossa intenção é que o poder Legislativo esteja imbuído junto ao Executivo para levar a transformação para a população. Acredito que não teremos vereadores de oposição pois o que eles querem nós também queremos que é a melhoria da qualidade de vida da nossa população", pontuou o próximo prefeito que avaliou ainda quais foram os principais acertos para que a sua campanha fosse escolhida pelo cidadão de Jacobina frente a do atual prefeito.


"Acredito que quando nós viemos de uma formação política diferente, nós somos subestimados pelo adversário. Ele era o atual prefeito, tinha aquele ditado "ah, tem a máquina na mão", apoio dos três últimos prefeitos e creio que eles acreditavam que já estavam eleitos. Respeitando todos os protocolos por conta da pandemia, nós fomos ouvir a população. Não dá para se fazer política sem ouvir as críticas, desabafos e anseios do povo. Então eu fiz isso. Fizemos 98% da zona rural e 95% da sede e isso fez a diferença", avaliou.

 

Desafios e projetos

 

Com a pandemia do Covid-19 interferindo drasticamente na economia dos municípios, o novo prefeito de Jacobina terá um grande desafio pela frente. Conhecida como a "Cidade do Ouro", Jacobina tem um dos 30 PIBs (Produto Interno Bruto) mais altos do estado, porém com uma economia quase que inteiramente voltada para serviços. Vindo da zona rural e com a experiência de lavrador, Tiago promete um maior investimento na agricultura e no turismo do município para alavancar as receitas.

 

"Jacobina é uma cidade de natureza turística e o que falta é tratar isso como prioridade. É a entrada da Chapada, precisamos explorar isso melhor. Além disso, nosso maior PIB é de serviço mesmo com o potencial imenso que temos para a agricultura. Precisamos também de uma maior segurança jurídica para permitir investimentos na cidade. O empresariado não vai fazer investimento em um local que não tem tal segurança. E queremos tirar um pouco dessa burocracia e dar mais acesso para as pessoas. Lá em Jacobina os políticos escolhem a quem dar alvará e licença ambiental e isso não tem mais cabimento", afirmou.

 

"Temos muitos desafios e muito disso começa pela zona rural. É uma área que sempre foi esquecida. As políticas públicas de vacina, de água, de energia elétrica e de telefonia, têm comunidades lá em Jacobina que não tem nada disso. Não tem sequer água potável. Então precisamos fazer uma reparação e uma compensação.  Essa pandemia se antecipou e mostrou as fragilidades que nós temos sobretudo na área da educação. Um ano praticamente sem aulas por falta de tecnologia e de equipamentos. Iremos sentar com o próximo secretário de Saúde, criar um comitê ,que ainda não existe em Jacobina, para deliberar sobre essas questões, sentar com todos os segmentos, criar os protocolos e monitorar. Essas decisões não podem ser só do prefeito. Precisam ser do coletivo".


Informações: A Tarde


 

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