Jacobina é uma cidade de natureza turística e o que falta é tratar isso como prioridade |
Eleito no último domingo com 45,82% dos votos,
Tiago Dias (PC do B) será o novo prefeito de Jacobina a partir do próximo ano.
O candidato derrotou o atual prefeito, Luciano do Locar (DEM), no município que
não reelege ninguém há 20 anos. Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da
rádio A TARDE FM (103.9) o futuro gestor projetou a importância da participação
popular no seu mandato e prometeu uma maior atenção para a zona rural do
município.
"O
eleitor de Jacobina pode esperar uma gestão transparente, uma gestão com
participação popular já que nós temos formação nas bases. Sou lavrador com
muito orgulho, sou da zona rural, é a primeira vez que Jacobina terá um
prefeito e uma vice da zona rural então invertemos a ordem da lógica política.
Geralmente a política é feita do centro para fora e agora nós queremos ir da
zona rural para o centro", afirmou.
Vereador
da cidade nos últimos dois pleitos, Tiago irá liderar o poder executivo e
espera por colaboração da Câmara dos Vereadores do município. Com 6 vereadores
eleitos por sua coligação, com quatro do seu partido, sua base terá minoria na
Casa, que conta com 10 vereadores da coligação do atual prefeito, mas isso não
será um problema de acordo com o novo gestor.
"Com
diálogo, transparência e respeito a todas as frentes, dá para se construir.
Nossa intenção é que o poder Legislativo esteja imbuído junto ao Executivo para
levar a transformação para a população. Acredito que não teremos vereadores de
oposição pois o que eles querem nós também queremos que é a melhoria da
qualidade de vida da nossa população", pontuou o próximo prefeito que
avaliou ainda quais foram os principais acertos para que a sua campanha fosse
escolhida pelo cidadão de Jacobina frente a do atual prefeito.
"Acredito
que quando nós viemos de uma formação política diferente, nós somos
subestimados pelo adversário. Ele era o atual prefeito, tinha aquele ditado
"ah, tem a máquina na mão", apoio dos três últimos prefeitos e creio
que eles acreditavam que já estavam eleitos. Respeitando todos os protocolos
por conta da pandemia, nós fomos ouvir a população. Não dá para se fazer
política sem ouvir as críticas, desabafos e anseios do povo. Então eu fiz isso.
Fizemos 98% da zona rural e 95% da sede e isso fez a diferença", avaliou.
Desafios e projetos
Com
a pandemia do Covid-19 interferindo drasticamente na economia dos municípios, o
novo prefeito de Jacobina terá um grande desafio pela frente. Conhecida
como a "Cidade do Ouro", Jacobina tem um dos 30 PIBs (Produto Interno
Bruto) mais altos do estado, porém com uma economia quase que inteiramente
voltada para serviços. Vindo da zona rural e com a experiência de lavrador,
Tiago promete um maior investimento na agricultura e no turismo do município
para alavancar as receitas.
"Jacobina
é uma cidade de natureza turística e o que falta é tratar isso como
prioridade. É a entrada da Chapada, precisamos explorar isso melhor. Além
disso, nosso maior PIB é de serviço mesmo com o potencial imenso que temos para
a agricultura. Precisamos também de uma maior segurança jurídica para permitir
investimentos na cidade. O empresariado não vai fazer investimento em um local
que não tem tal segurança. E queremos tirar um pouco dessa burocracia e dar
mais acesso para as pessoas. Lá em Jacobina os políticos escolhem a quem dar
alvará e licença ambiental e isso não tem mais cabimento", afirmou.
"Temos muitos desafios e muito disso começa pela zona rural. É uma área que sempre foi esquecida. As políticas públicas de vacina, de água, de energia elétrica e de telefonia, têm comunidades lá em Jacobina que não tem nada disso. Não tem sequer água potável. Então precisamos fazer uma reparação e uma compensação. Essa pandemia se antecipou e mostrou as fragilidades que nós temos sobretudo na área da educação. Um ano praticamente sem aulas por falta de tecnologia e de equipamentos. Iremos sentar com o próximo secretário de Saúde, criar um comitê ,que ainda não existe em Jacobina, para deliberar sobre essas questões, sentar com todos os segmentos, criar os protocolos e monitorar. Essas decisões não podem ser só do prefeito. Precisam ser do coletivo".
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