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O livro “Boquira”. Foto: Aratu Online |
O livro “Boquira”
é uma denúncia sobre a visão colonial ou imperialista que o povo brasileiro sofre
durante toda a sua história. O livro foi escrito pelo jornalista Carlos Navarro
Filho e lançando em 2018 na Casa do Comércio em Salvador.
Navarro expõe a
atrocidade sofrida pela cidade de Boquira, 672 km de Salvador, nos anos 50, mas
que marca até os dias de hoje o destino daquele povo no Centro-Sul baiano. Segundo
o jornalista, terras de Boquira foram desapropriadas para ceder a uma empresa
estrangeria autorização na exploração de chumbo.
“Tudo começou
quando um padre chegou ao povoado e avistou o chamado ‘Morro do Pelado’, onde
encontrou algumas pedras, que acreditava ser ouro”, revela o site Baianolandia.
O minério foi encaminhado para o Rio de Janeiro e submetido a análise.
Não foi
possível constatar a presença de ouro, mas foi evidenciada concentração de
chumbo com viabilidade econômica. Segundo o site, o Padre, nome não revelado,
retornou à cidade e enganou a todos ao pedir para assinar ‘uma espécie de
petição’.
“Na verdade,
ele (Padre) enganou a todos e fez um requerimento para fazer uso das terras, e
mais tarde as vendeu para uma empresa mineradora explorar o chumbo na região.
Centenas de famílias foram prejudicadas por conta da ação desse padre” – conta Carlos
Navarro Filho.
Em entrevista
ao Aratu Online, Navarro revela que a empresa francesa se comprometeu a levar
água potável a Boquira, mas o resultado foi contaminar as reservas de água
da região com resíduo de chumbo. O jornalista denuncia que moradores foram
perseguidos e mortos, na época, ao questionar a presença da empresa francesa na região.
Para Carlos
Navarro, as consequências para a cidade de Boquira são imensuráveis. Na época,
a empresa francesa contou com o apoio do governador da Bahia, Antônio Balbino,
e do regime militar. Inicialmente, a empresa francesa seduziu uma parte da
população, promovendo festas, partidas de futebol e banquetes. Em seguida se apropriou, não só da
vida econômica, mas passou a decidir na política local, elegendo
prefeitos e controlando resistência.
Vale a pena: entrevista no Aratu online
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