26 de janeiro de 2018

Juiz conclui que houve ‘tortura’ em programa de Rodrigo Faro


O apresentador Rodrigo Faro e a TV Record foram condenados a indenizar Walmor Ferreira, que em 2014 participou do quadro de transformação Arruma meu Marido, no programa Melhor do Brasil. Na ocasião, Ferreira teve doze dentes extraídos em apenas dois dias, tratamento que, mais tarde, afetou ainda mais sua aparência, além de causar-lhe dores, entre outros problemas bucais. “Todos esses fatos levam à conclusão que o autor [Ferreira] foi submetido a tortura física e emocional, o que não é possível admitir e considerar ‘normal’”, diz o juiz Yale Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá.

Segundo a sentença do magistrado, o canal e o apresentador deverão pagar 137.870 reais para custear despesas relativas ao tratamento odontológico e bucal e danos morais.


Ao ser escolhido pelo programa, Ferreira aceitou parar de fazer barba e cabelo ao longo de nove meses, para piorar a aparência antes da transformação. Foi prometido que ele teria um tratamento dentário — ele contava com dezenove dentes —, porém, a clínica optou pela extração no rápido período de doze dentes. Em seguida, ele foi “obrigado a fazer o molde da prótese dentária e a usá-la com a boca inchada e extremamente dolorida”. Segundo Ferreira, ele foi aconselhado a não movimentar a boca de forma brusca durante a conversa com Faro no programa, “uma vez que a prótese móvel (dentadura) poderia se soltar da gengiva”.

Além da dor, Ferreira sofreu perda da parte óssea nas áreas onde os dentes foram extraídos, fazendo com que ele precise de enxerto ósseo e colocação de implantes. O procedimento ainda pode causar problemas na mandíbula, causando mais dores e dificuldades na mastigação.

No processo, ele afirma que passou quatro meses se alimentando de líquidos e que, ao reclamar com a produção do programa, recebeu por Sedex uma prótese dentária móvel que não fixa em sua boca. Ferreira teve que vender uma moto para confecção de quatro próteses móveis e desenvolveu fobia social, por ser alvo de chacota em público.

Em resposta à reportagem de VEJA, a Record afirmou que prefere não comentar o caso.




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