Nova rodada da pesquisa do Vox Populi, encomendada pela CUT e divulgada nesta segunda-feira (7), aponta rejeição à "reforma" trabalhista do governo Temer, materializada pela Lei 13.467, sancionada em julho. Para 57% dos entrevistados, a mudança é boa apenas para os patrões, enquanto 15% acreditam que não beneficia ninguém. Apenas 12% afirmaram que a reforma é boa para ambos e só 3% disseram que ajuda os empregados. Outros 14% não souberam ou não responderam.
A rejeição
aumenta para 63% na região Nordeste e vai a 57% no Sudeste. Fica na média no
Centro-Oeste/Norte e cai para 48% na região Sul. É um pouco maior entre homens
(58%) do que mulheres (56%), e entre adultos (59%) do que jovens (57%) e
maduros (49%). Também sobe, para 59%, entre pessoas de nível superior e com
renda equivalente a até dois salários mínimos.
Sobre
possíveis efeitos, 72% afirmam que o desemprego, atualmente em nível recorde,
deverá aumentar. E 14% avaliam que continuará como está.
Os pesquisadores
perguntaram sobre dois itens da nova lei. Para 60%, negociar sozinho, sem a
presença do sindicato, é ruim ou péssimo e para 13%, ótimo ou bom. Outros 17%
consideram regular e 11% não quiseram ou não souberam responder.
A maioria
também foi contrária ao dispositivo que permite à mulher gestante ou lactante
trabalhar em locais insalubres, mediante um atestado médico. Pouco mais da
metade dos entrevistados (51%) disseram que isso é bom só para os patrões e
18%, para ninguém. Nas demais respostas, 11% acreditam que é bom para ambos e
6%, para os empregados, enquanto 14% não responderam ou não souberam responder.
Foram
entrevistadas 1.999 pessoas nos dias 29 e 31 do mês passado, em 118 municípios
de áreas urbanas e rurais. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos, com
intervalo de confiança de 95%.
Para o
presidente da CUT, Vagner Freitas, a reprovação só não superou os 90% porque os
trabalhadores ainda não têm pleno conhecimento das novas regras. Segundo ele,
Temer institucionalizou o chamado "bico" no mercado de trabalho.
"O
governo e o Congresso Nacional esconderam dos trabalhadores que a reforma acaba
com garantias incluídas na CLT", diz Vagner. "Disseram apenas que
geraria empregos, o que não é verdade. Não disseram, por exemplo, que os
empregos decentes serão substituídos por empregos precários, com salários mais
baixos e sem benefícios, entre tantas outras desgraças previstas na nova lei
trabalhista."
Informações: Caros Amigos
Informações: Caros Amigos
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