TJ decide desativar a comarca de Serra Preta |
Serra Preta está entre os 33
municípios que terão suas comarcas desativadas pelo Tribunal de Justiça da
Bahia. Os desembargadores do
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiram aprovar, dia 05 deste mês, a
desativação das comarcas, alegando critérios e questões técnicas como
arrecadação judicial e despesas da comarca, bem como a distância entre as
unidades que passarão a assumir o acervo processual e o número de servidores da
antiga comarca.
Em entrevista numa rádio de Feira de Santana, o prefeito Aldinho afirmou
que o fechamento trata prejuízo a população do município de Serra Preta. Disse
que já esteve no Tribunal de Justiça para discutir a manutenção e que segunda-feira
(17) estará novamente, acompanhado de lideranças e de vereadores de oposição
como situação para uma nova rodada de negociação.
Segundo a OAB, em 2011 o TJ-BA fechou 50
comarcas, o que teria deixado cerca de 655 mil pessoas sem acesso ao Poder
Judiciário. Em 2014, agregou outras 25 unidades. Atualmente, existem 215
comarcas atendendo os 417 municípios da Bahia. Em nota, a OAB informou que o
fechamento de comarcas é inconstitucional e representa descumprimento da função
estatal. Ainda segundo a OAB, isso autoriza a intervenção do Poder Judiciário
Federal, como uma forma de preservar as garantias individuais e coletivas dos
cidadãos baianos.
Tudo indica que o Tribunal de Justiça está
determinado a fechar as comarcas. A justificativa de pouca movimentação judiciária
é questionada pela população de Serra Preta. A comarca ficou um bom tempo sem
juiz e promotor público, desestimulando a confiança da população em buscar
novas reparações judiciais.
Em 2016, o advogado Sérgio Ribeiro já sinalizava a precariedade dos serviços |
Em 2016, o advogado Paulo Sérgio Ribeiro
decidiu fazer uma breve greve de fome na frente da sede do Tribunal de Justiça
da Bahia, reivindicando Juiz e Promotor na comarca. “A comarca está sem juiz há seis anos, afirmou o advogado ao site Bahia
Notícias. Ele também diz que a cidade não tem promotor de Justiça. “Em novembro
de 2015, uma juiz foi nomeada, mas ficou apenas 42 dias. O Tribunal nomeou um
juiz substituto, mas não há despacho, não há sentença. Uma ação alimentícia,
por exemplo, aguarda um parecer há três anos. A comarca está descoberta, nem o
promotor substituto vai à comarca”, afirmou Ribeiro ano passado.
Pensando na discricionariedade
do Tribunal, o prefeito Aldinho tenta amenizar os prejuízos para Serra Preta,
negociando a permanência dos cartórios de registros e implementando uma espécie
de posto avançado no Ponto de Serra Preta. Ainda há possibilidade do TRE continuar
no município, mas não é certo. Como disse Ruy Barbosa, “a
pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem
recorrer”.
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