23 de abril de 2012

Greve de professores chega ao 13º dia e grupo mantém ocupação na AL


Cerca de um milhão de estudantes estão sem aulas desde o dia 11 de abril. Categoria reivindica cumprimento de acordo por parte do governo estadual.

Professores ocupam AL em Salvador (Foto: Imagem/TV Bahia) 
Nesta segunda-feira (23), grupo permanece no saguão da Assembleia

Os professores da rede estadual de ensino da Bahia entram no 13º dia de greve nesta segunda-feira (23). Um grupo de trabalhadores permaneceu acampado no saguão da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) durante todo o fim de semana, segundo afirma a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB).

A previsão é que eles fiquem no local até terça-feira (24), quando deve ocorrer a votação do projeto de lei que assegura o piso nacional aos 5.210 profissionais do nível médio, os únicos que ainda recebem abaixo do estabelecido pelo governo federal.

O diretor da APLB, professor Rui Oliveira, informa que na terça-feira será realizado um ato público em comemoração ao aniversário da entidade sindical, com previsão de começar às 9h. "Antes disso, vamos oferecer um café da manhã a partir das 7h30. O nosso aniversário vai ser um grande ato e várias categorias vão parar amanhã [terça] em solidariedade aos professores", diz.

Cerca de duas mil pessoas estão na AL desde a quarta-feira (18) e não têm interferido o funcionamento das atividades no local, segundo a assessoria de comunicação do órgão.
Negociação

Professores (Foto: Reprodução/TV Bahia) 
 Na semana passada, professores fizeram protesto no CAB 

"Até agora o governo não mandou nenhuma proposta de acordo. O secretário, que antes negava a existência de proposta, disse, via imprensa, que colocou na mesa uma proposta para pagar em duas parcelas, em novembro e em abril, e que nós não aceitamos. Mas o governo não nos chamou para negociar, apontar uma direção para o problema, mas age de maneira truculenta dizendo que irá cortar o ponto", afirmou Claudemir Nonato, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).

O sindicato exige o cumprimento do acordo de reajuste de 22,22% no piso nacional por parte do governo, conforme prevê o acordo fechado entre as partes em novembro do ano passado, não cumprido até o momento, segundo Nonato. "A proposta diz que, entre 2012 e 2014, o professor terá o mesmo reajuste dado ao piso nacional, que é de 22,22%. Até agora eles deram 6,5% [concedido a todos os servidores públicos do estado], falta a diferença", comenta.

Já a Secretaria de Educação da Bahia, através da assessoria de imprensa, informa que o governo trabalha com a proposta de novembro de 2011, que prevê reajuste escalonado até 2014. Reafirma ainda que, se os deputados aprovarem o PL na terça-feira, os profissionais, em todos os níveis, receberão a partir de R$ 1.451, com base na lei federal. Até o momento, os cerca de cinco mil professores de nível médio têm salário de R$ 1.187,9, piso extinto em dezembro do ano passado.

Professores Bahia (Foto: Reprodução/ TV Bahia) 
Professores da rede estadual decretaram greve no dia 11 de abril 

Corte no ponto

Na noite de quarta-feira (11), a Secretaria enviou comunicado para as 33 diretorias regionais, na capital e no interior do estado, solicitando a folha de ponto dos professores estaduais durante o período da greve, iniciado no dia 11 de abril. Segundo o órgão, aqueles que tiverem faltado às atividades sofrerão corte na folha de ponto.

Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria informou ao G1 que a medida se baseia na decisão do Tribunal de Justiça da Bahia, que determinou a ilegalidade da greve. Ainda segundo a secretaria, houve recomendação da Procuradoria Geral do Estado para o corte no ponto.

Fonte: G1 Bahia
Fotos: TV Bahia


Assista ao vídeo sobre a greve

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