Enquanto a economia de Serra Preta está arrasada com a seca, prefeitura realiza festa para comemorar reforma de prédio e obras federais
Seca abate município, mas prefeitura gasta dinheiro com festa |
A prefeitura de Serra Preta lançou outdoor com diversas atrações musicais para comemorar obras de reforma de escola e calçamento com recursos do Governo Federal. Ninguém é contra as atrações musicais, mas realizar festas num momento em que o povo sofre com a seca e passa dificuldades, é no mínimo ignorar o problema que é de responsabilidade do poder público.
No Sul e Sudeste do país, as festas públicas são para comemorar a fartura. “Festa da colheita”, “festa do vinho”, “festa do milho”, “festival da cachaça”, “oktoberfest (festa do Chopp)” e tantas outras. Aqui em Serra Preta também existe a “festa de vaqueiro” que exalta a atividade pastoril, mas mesmo assim seria uma ironia comemorar num período de estiagem, o gado morrendo, sem políticas públicas, onde a economia familiar está arrasada - porém comemoraram.
Festa é celebração. Talvez o prefeito tenha o que comemorar, mas o nosso povo não. O povo quer comida, água, emprego, valorização do professor, produção econômica, cultura e arte. Festa pela festa é tentar alienar o menos esclarecido, agradar alcoólico e quem vive de renda duvidosa. O povo trabalhador está fragilizado e necessita ser fortalecido imediatamente. Quem rodar o interior de Serra Preta verá a presença da morte sem dó e sem piedade. A seca arrasta tudo! Crianças e idosos são os que mais sofrem. A prefeitura deveria criar uma força tarefa para resolver os problemas de extrema miséria e vulnerabilidade social.
Queimar recursos diante da realidade que vive Serra Preta é quase uma política de eliminação de pobres. Quanto o prefeito deve gastar de recursos públicos com a contratação desses artistas e quanto o poder público está investindo com os flagelados da seca? Que município é esse? Cadê a sensibilidade social? Cada dia uma surpresa nova, aliás, velha! Mas se tratando sobre festa, lembrei-me do artista da terra Deni Santana: “Acorda nordestino, se organiza, se orienta para reivindicar. A seca não é como você pensa, é política”!
Procedimentos
O que define a calamidade é a extensão e o volume de danos provocados por uma ocorrência, sempre em relação a determinado espaço territorial. Só deve ser reconhecido quando não houver mais condições de superar a emergência com os meios disponíveis e confere às autoridades poderes especiais para poder lançar mão de recursos não aplicáveis em situação de normalidade. Assim sendo, pode haver Calamidade Pública Municipal, Estadual ou Federal.
Para que o Decreto Municipal seja encaminhado para Homologação pelo Governo Estadual e Reconhecimento pelo Governo Federal, é imprescindível o envio da seguinte documentação:
1. Parecer Técnico recomendando ao Prefeito a Decretação de “Situação de Emergência ou ”Estado de Calamidade Pública”, por parte da COMDEC (com data anterior ao Decreto);
2. Decreto Municipal;
3. Ofício do Prefeito solicitando a Homologação do Decreto (com a mesma data do Decreto);
4. Declaração das medidas e ações municipais já em curso, sua capacidade da atuação e recursos humanos, materiais, institucionais e financeiros empregados e não suficientes para o restabelecimento da normalidade no Município (DMATE);
5. Formulário de Avaliação de Danos – AVADAN
6. Mapa ou Croqui sinalizando as áreas afetadas.
Em se tratando de “Situação de Emergência” em função da estiagem ou seca e estando seu município localizado na região semi-árida, é necessário também, o preenchimento do:
7. Formulário de Acompanhamento da Situação de Emergência no Semi-Árido, a ser encaminhado quinzenalmente para a CORDEC, através do Fax: (71) 3371-6655.
Fonte: Cordec
Serra Preta ainda não decretou "Situação de Emergência"
Prefeito municipal ignora a seca e finge que nada está acontecendoZona rural de Serra Preta pede socorro, mas prefeito deseja gastar com festa |
A seca na Bahia nos traz refletir alguns números: das 417 cidades baianas, 168 decretaram "Situação de Emergência". Da região de Serra Preta, apenas Ipecaetá e Serra Preta não pediram socorro. Anguera não perdeu tempo e decretou também.
Será porque Serra Preta e Ipecaetá não decretaram "Situação de Emergência"... Das duas uma: ou falta competência do gestor, ou realmente os dois municípios vivem num oásis em pleno sertão baiano. Como não sou estúpido, fico com a primeira alternativa.
Uma das cidades que visitei recentemente e me surpreendeu no desenvolvimento foi Santo Estevão. Fiquei admirando com a sede do município. Cidade bonita e organizada. Serve de exemplo para região. Vi muitas mansões, cinturões verdes (plantação de hortaliça) e uma zona irrigada do imponente Rio Paraguaçu (agora lago da Barragem do Cavalo). Mesmo assim, o município decretou "Situação de Emergência".
E tinha que decretar mesmo. O gestor de Santo Estevão não perdeu tempo em buscar recursos e soluções para a dificuldade de seu povo. Já os gestores de Serra Preta e Ipecaetá administram o município como fazendeiros que se entregam ao destino do tempo e deixam o gado morrer de fome e sede. O gestor de Serra Preta vai além da realidade. Pretende realizar festa com bandas, em plena seca, para inaugurar reforma de escola e obras com recurso do governo Federal. Não se assuste. Se está ruim, ainda pode ficar pior!
Veja os Municípios que estão em "Situação de Emergência"
1 | Abaíra | 80 | Jussara |
2 | Abaré | 81 | Jussiape |
3 | Adustina | 82 | Lafaite Coutinho |
4 | América Dourada | 83 | Lagedo do Tabocal |
5 | Anagé | 84 | Lamarão |
6 | Andaraí | 85 | Lapão |
7 | Andorinha | 86 | Lençóis |
8 | Anguera | 87 | Livramento de Nossa Senhora |
9 | Antônio Cardoso | 88 | Macajuba |
10 | Aracatu | 89 | Macaúbas |
11 | Araci | 90 | Maetinga |
12 | Baixa Grande | 91 | Mairi |
13 | Barra | 92 | Malhada de Pedras |
14 | Barra do Mendes | 93 | Manoel Vitorino |
15 | Barro Alto | 94 | Mansidão |
16 | Barrocas | 95 | Maracás |
17 | Belo Campo | 96 | Marcionílio Souza |
18 | Boa Nova | 97 | Matina |
19 | Bom Jesus da Serra | 98 | Miguel Calmon |
20 | Boquira | 99 | Mirante |
21 | Botuporã | 100 | Monte Santo |
22 | Brotas de Macaúbas | 101 | Morpará |
23 | Brumado | 102 | Mulungu do Morro |
24 | Buritirama | 103 | Mundo Novo |
25 | Caculé | 104 | Muquém do São Francisco |
26 | Caetanos | 105 | Nordestina |
27 | Caetité | 106 | Nova Fátima |
28 | Campo Alegre de Lourdes | 107 | Nova Itarana |
29 | Campo Formoso | 108 | Nova Redenção |
30 | Canápolis | 109 | Oliveira dos Brejinhos |
31 | Canarana | 110 | Ourolândia |
32 | Candeal | 111 | Palmas de Monte Alto |
33 | Candiba | 112 | Paratinga |
34 | Cândido Sales | 113 | Paulo Afonso |
35 | Cansanção | 114 | Pé de Serra |
36 | Canudos | 115 | Pedro Alexandre |
37 | Capela do Alto Alegre | 116 | Pilão Arcado |
38 | Capim Grosso | 117 | Pindaí |
39 | Casa Nova | 118 | Pindobaçu |
40 | Caturama | 119 | Pintadas |
41 | Central | 120 | Planaltino |
42 | Chorrochó | 121 | Planalto |
43 | Conceição do Coité | 122 | Poções |
44 | Cordeiros | 123 | Ponto Novo |
45 | Coronel João Sá | 124 | Presidente Dutra |
46 | Curaçá | 125 | Queimadas |
47 | Dom Basílio | 126 | Quijingue |
48 | Entre Rios | 127 | Quixabeira |
49 | Euclides da Cunha | 128 | Rafael Jambeiro |
50 | Fátima | 129 | Remanso |
51 | Feira de Santana | 130 | Retirolândia |
52 | Filadéldia | 131 | Riachão do Jacuípe |
53 | Gavião | 132 | Rio do Antônio |
54 | Glória | 133 | Rio do Pires |
55 | Guajerú | 134 | Ruy Barbosa |
56 | Guanambi | 135 | Santa Bárbara |
57 | Iaçu | 136 | Santa Brígida |
58 | Ibiassucê | 137 | Santa Luz |
59 | Ibicoara | 138 | Santanópolis |
60 | Ibipeba | 139 | Santo Estêvão |
61 | Ibipitanga | 140 | São Domingos |
62 | Ibiquera | 141 | São Gabriel |
63 | Ibitiara | 142 | Sebastião Laranjeiras |
64 | Ibititá | 143 | Senhor do Bonfim |
65 | Ibotirama | 144 | Serra do Ramalho |
66 | Ichu | 145 | Serrinha |
67 | Igaporã | 146 | Sítio do Quinto |
68 | Ipirá | 147 | Tanhaçu |
69 | Irajuba | 148 | Tanque Novo |
70 | Iramaia | 149 | Tanquinho |
71 | Irecê | 150 | Teofilândia |
72 | Itaberaba | 151 | Tucano |
73 | Itaguaçu da Bahia | 152 | Uauá |
74 | Itiruçu | 153 | Uibaí |
75 | Itiúba | 154 | Umburanas |
76 | Iuiu | 155 | Urandí |
77 | Jaguarari | 156 | Valente |
78 | Jeremoabo | 157 | Várzea Nova |
79 | João Dourado | 158 | Vitória da Conquista |
Procedimentos
Situação de Emergência
É uma situação anormal, causada por fatores adversos e graves, de origem natural ou humana, que ameaça a vida, a saúde e os bens das pessoas de uma região, sem, contudo fugir totalmente ao controle da administração Municipal.
Estado de Calamidade
O que define a calamidade é a extensão e o volume de danos provocados por uma ocorrência, sempre em relação a determinado espaço territorial. Só deve ser reconhecido quando não houver mais condições de superar a emergência com os meios disponíveis e confere às autoridades poderes especiais para poder lançar mão de recursos não aplicáveis em situação de normalidade. Assim sendo, pode haver Calamidade Pública Municipal, Estadual ou Federal.
Documentos
Para que o Decreto Municipal seja encaminhado para Homologação pelo Governo Estadual e Reconhecimento pelo Governo Federal, é imprescindível o envio da seguinte documentação:
1. Parecer Técnico recomendando ao Prefeito a Decretação de “Situação de Emergência ou ”Estado de Calamidade Pública”, por parte da COMDEC (com data anterior ao Decreto);
2. Decreto Municipal;
3. Ofício do Prefeito solicitando a Homologação do Decreto (com a mesma data do Decreto);
4. Declaração das medidas e ações municipais já em curso, sua capacidade da atuação e recursos humanos, materiais, institucionais e financeiros empregados e não suficientes para o restabelecimento da normalidade no Município (DMATE);
5. Formulário de Avaliação de Danos – AVADAN
6. Mapa ou Croqui sinalizando as áreas afetadas.
Em se tratando de “Situação de Emergência” em função da estiagem ou seca e estando seu município localizado na região semi-árida, é necessário também, o preenchimento do:
7. Formulário de Acompanhamento da Situação de Emergência no Semi-Árido, a ser encaminhado quinzenalmente para a CORDEC, através do Fax: (71) 3371-6655.
Fonte: Cordec
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Se eu tivesse chance eu ia me mudar de Serra Preta, aqui as coisas não andam.
ResponderExcluirEu não sei quem é mais errado se é o prefeito ou o povo. Oh, lugar!
ResponderExcluirBoa matéria, Mário. O blog está contibuindo para ajudar as pessoas a se conscientizar de nossa realidade sofrida, mas que tem saídas. Acho que a primeira é a saída desse prefeito. Ele é até gente boa, paga cerveja pra galera, mas para administrar é uma tragédia.
ResponderExcluirEU ACHO UMA TREMENDA FALTA DE SENSO CRITICO POR PARTE DO PROFESSOR MARIO ANGELO DIZER QUE :“O POVO QUER COMIDA, ÁGUA, EMPREGO, VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR, PRODUÇÃO ECONÔMICA, CULTURA E ARTE”. EM PLENO AO SECULO XXI AINDA É POSSIVEL A POLITICA DO PÃO E CIRCO? PORQUE SUA FRASE PROFESSOR REMETE O GRANDE COLISEU EM ROMA! PRA QUEM CRITICA TANTO A ADMINISTRAÇÃO ATUAL REVELOU O DESEJO DE QUE SERRA PRETA TERIA QUE REVIVER O COLISEU. E AI COMO O SENHOR EXPICA ESSA ANALOGIA?
ResponderExcluirAcho que você não entendeu meu texto, recomendo a releitura. Em nada tem haver sobre a política do "Pão e Circo" romana. Na Roma Antiga, o imperador Otávio Augusto implementou a política de compensação com receio de revoltas de desempregados. Lá o déspota passou a oferecer lutas entre os gladiadores e distribuía alimentos. Não é isso que o texto valoriza - o inverso. Aliás, o prefeito de Serra Preta é que tenta oferecer festas com bandas (e ainda sem distribuição de alimento, pior que em Roma) para desviar a atenção do problema da seca. Escrevi sobre política afirmativa. Comida, água, emprego, educação, produção econômica, cultura e arte são elementos necessários para qualquer povo que deseja romper com a miséria e a ignorância.
ExcluirOs prestadores de serviços e cargos de confiança estão sendo o obrigados a comparecerem nos eventos caso contrário levam falta e terá dias cortados. Falta de respeito! Só assim pra ter público. O prefeito quer mostrar força, mas todos sabem que a população está insatisfeita.
ResponderExcluirFico imaginando Mário, como será as suas críticas se o candidato que vc apoia chegar a vitória, pois tenho certeza que com os nomes que são propostos até agora não vejo como ser diferente. fiquei surpresa ao lhe ver ligado a Zelito, do que já ouvi de criticas suas com relação a ele e agora é seu aliado político. Você só critica, faça mais que isso, dê sugestões, ajude a melhorar a situação do nosso povo!!!!!
ResponderExcluirÉ meu amigo Mário, se prepare que de agora em diante os puxa-sacos do poder vão lhe criticar o tempo todo. Os dias deles estão contados. Veja esse anônimo acima aí, ele só interpreta o que quer, seus textos estão cheios de sugestões, mas ele não ver. É o ódio de perder os benefícios!!!
ResponderExcluirNão vamos dá ouvidos a isso. Chega de comilança o povo quer mudança. Final de linha para Adeil e metade de seu grupo. Porque uma parte já está pulando digo isso por experiência propria. Até breve.rsrsrsrsrs
ResponderExcluirMário até deu as dicas como se decretar Situação de Emergência, Adeil tá achando tudo mastigado.
ResponderExcluirO povo de Serra Preta , precisa se ligar e começar a reevindicar e brigas por direitos básicos , coisas simples mas que faltam ai,festa são boas o povo se diverti mas não muda em nada a situação que Serra Preta se encontra , lastimavel veremos se nas proximas eleições o pessoal vai continuar vendendo seu voto , em troca de festas e mais festas ! Realmente tem coisas q só aconteçem por ai
ResponderExcluirSerá que não tem como Adeil sair antes de dezembro? O município tá sofrendo muito com ele. Sei que foi uma escolha do povo, mas esperar até o fim do ano é complicado!
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