11 de janeiro de 2019

Sozinho, o aposentado Hélio da Silva plantou 25 mil árvores e recuperou área degradada em São Paulo

Hélio da Silva reflorestou as margens do Córrego Tiquatira, na Zona Leste de São Paulo, em apenas quatro anos. Área de 320 mil m² foi transformada no primeiro parque linear da capital paulista. Foto: Arquivo Pessoal.
“Quem disse que uma andorinha só não faz verão?” O comentário de um popular na internet sobre o Parque Linear Tiquatira resume bem a história por trás do verde de uma das principais áreas de lazer e recreação da Zona Leste de São Paulo. Às margens do córrego que dá nome ao bosque, as mais de 25 mil árvores presentes surgiram, em sua maior parte, da perseverança de um único cidadão.

Hélio da Silva, 67 anos, administrador de empresas aposentado, mais conhecido pela merecida alcunha de “Plantador de Árvores”, plantou a primeira muda no local em 23 de novembro de 2013. Quatro anos e 5 mil árvores depois, a recuperação de uma área antes degradada motivou a Prefeitura de São Paulo a transformar o bosque no primeiro parque linear (no decurso de um rio) da capital paulista. 
Vista geral do Parque Linear Tiquatira, na zona leste de São Paulo.
Imagem: Divulgação.
“Antes, havia lá umas 15 árvores de replantio apenas”, recorda Silva. “Era uma área degradada, suja, cheia de entulhos, altamente frequentada por traficantes e usuários de drogas”, diz o empresário, natural de Promissão (SP) e desde os 8 anos morador de São Paulo. 
A boa notícia para a saúde do paulistano é que a jornada de Hélio da Silva
 parece estar longe do fim.
Foto: Pétala Lopes.
A instituição do parque levou Silva a acelerar ainda mais o ritmo. Quanto mais gente e pássaros eram atraídos para a ilha verde em meio ao concreto, mais buracos Silva cavava para novas mudas. “As árvores são generosas, oferecem ar puro, ajudam a preservar as nascentes, dão frutos, atraem pássaros, embelezam com flores e contribuem para reduzir a temperatura em seu entorno e retêm 40% das chuvas torrenciais, evitando erosões”, diz, justificando seu fascínio pelas plantas. 
Hoje, o parque de 320 mil metros quadrados está densamente arborizado. Somente Silva plantou 25.047 árvores no local, com sobrevida de 88% (nos cálculos dele). São mais de 150 espécies da Mata Atlântica, o que inclui o ameaçado pau-brasil e também a araucária, símbolo do Paraná. Entre as árvores mais recorrentes estão jequitibás, aroeiras, ipês (floridos nesta época do ano) e embaúbas. 


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