20 de maio de 2016

Relatora da ONU para povos indígenas critica fim de ministério dos Direitos Humanos no Brasil

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil
A relatora especial das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, criticou a extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos no Brasil, assim como o fim do Ministério da Cultura, e declarou que a crise política cria ambiente para uma “tempestade perfeita” no que se refere à proteção dos povos indígenas no país.
As declarações foram feitas durante o Fórum Indígena das Nações Unidas, encerrado nesta sexta-feira (20) na sede da ONU em Nova York.
A relatora detalhou os resultados de sua missão no Brasil em março, oito anos depois da visita de seu antecessor, James Anaya, ao país. Segundo ela, nesse período houve uma “preocupante falta de progresso em relação à resolução de questões importantes para os povos indígenas e na implementação das recomendações” da ONU.
Victoria lembrou que, em seu comunicado sobre a missão no Brasil, disse haver uma “tempestade perfeita” se aproximando no horizonte, com a convergência de diversos fatores que “entrincheiram ainda mais os interesses e poderes da elite política e econômica (brasileira) em detrimento dos direitos dos povos indígenas”. “O risco de efeitos etnocidas em tal contexto não pode ser subestimado”, completou.“Com a crise política avançando, estou ainda mais preocupada de que os ganhos recentes possam ser revertidos e que as violações observadas sejam exacerbadas”, declarou durante o fórum em Nova York.

Segundo ela, a extinção dos ministérios de Direitos Humanos e Cultura promovida pelo presidente interino Michel Temer são “desenvolvimentos muito sérios no que se refere ao respeito à proteção dos direitos humanos dos povos indígenas”.

Leia mais no site Nações Unidas no Brasil

Veja abaixo o vídeo, em inglês, com a fala da relatora da ONU:

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