Mesmo com dificuldades, moradores mantêm viva a tradicão |
Seca muda cenário da festa. Ao fundo, cidade de Serra Preta |
15 de dezembro é dia
de subir o monte. Mas não subir de qualquer forma, é subir capinando a estrada
que dá acesso a um dos pontos mais alto de Serra Preta. A Capina do Monte é uma
festa bicentenária comemorada todos os anos no município de Serra Preta, 148 km de Salvador.
Trabalhadores rurais capinam a via de acesso a uma capela no alto do monte em ato profano e de fé.
O sincretismo é
marcado através das rezas, cantorias, samba de roda e regado a uma boa bebida
local. Os participantes pedem por muita saúde e um próximo ano de fartura. A
festa já é tradicional, ultrapassando os 200 anos de edição. Na verdade, não
há registro da data de origem. A tradição é passada de forma oral e o
distanciamento temporal provocou perda na memória dos que
lutam para manter a tradição. Por outro lado, a falta de uma data de origem não
é tão ruim assim, construíndo um imaginário místico e lendário em torno da Capina do Monte.
O documento oficial
data a origem da cidade de Serra Preta em 15 de agosto de 1722. É um dos centros
urbanos mais tradicionais da Bahia. Como muitos afirmam que a Capina do Monte
acompanha a própria origem da cidade, é possível ter uma base da importância
histórica do evento. Porém, moradores reclamam do pouco investimento que a
Campina do Monte recebe, principalmente do poder público. O número de participantes
tem caído muito. Este ano, assolado pela seca que o semiárido atravessa, poucos se arriscaram
em realizar o sacrifício de vencer a íngreme montanha.
Fotos: Facebook de Alex Matos
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